O Azerbaijão é adicionado à União Soviética.

O Azerbaijão, oficialmente conhecido como a República do Azerbaijão, é um país transcontinental fascinante que ocupa uma posição estratégica na encruzilhada da Europa Oriental e da Ásia Ocidental. Integrante da região do Cáucaso do Sul, sua localização geográfica moldou profundamente sua história e cultura, servindo como uma ponte entre diferentes civilizações e tradições ao longo dos séculos.

Geografia e Posição Estratégica

Com suas fronteiras bem definidas, o Azerbaijão desfruta de uma paisagem diversificada. A leste, é banhado pelo extenso Mar Cáspio, que não é apenas um corpo d'água crucial para o país, mas também a maior bacia endorreica do mundo. Ao norte, faz divisa com a Rússia, especificamente com a República do Daguestão, enquanto a Geórgia se encontra a noroeste. A oeste, compartilha fronteiras com a Armênia e, numa pequena extensão, com a Turquia, ligando-o ainda mais à sua herança turca. Ao sul, o vasto Irã completa o cenário geográfico. Baku, a vibrante capital e maior cidade, é o coração pulsante do país, um centro cultural e econômico que mistura arranha-céus modernos com uma cidade velha histórica, Património Mundial da UNESCO.

Uma Trajetória Histórica Marcante

Nascimento da República Democrática

A história moderna do Azerbaijão é uma tapeçaria de resiliência e busca por autodeterminação. Em 1918, após o colapso do Império Russo e a dissolução da República Federativa Democrática Transcaucasiana, o Azerbaijão emergiu como a República Democrática do Azerbaijão. Este evento foi monumental, pois marcou a criação do primeiro estado democrático laico com maioria muçulmana no mundo, um feito notável para a época. O nome "Azerbaijão" foi adotado, em parte, por razões políticas, buscando conectar-se à região vizinha de maioria azeri no noroeste do Irã.

Período Soviético e Retorno à Independência

No entanto, a independência foi de curta duração. Em 1920, o país foi incorporado à União Soviética, tornando-se parte da República Socialista Federativa Soviética Transcaucasiana e, posteriormente, uma república soviética separada. Durante mais de 70 anos, o Azerbaijão viveu sob o domínio soviético, passando por transformações sociais, econômicas e políticas profundas. A moderna República do Azerbaijão, tal como a conhecemos hoje, proclamou sua independência em 30 de agosto de 1991, um momento carregado de esperança e desafios, poucos meses antes da dissolução final da União Soviética, que reconfigurou o mapa geopolítico da Eurásia.

O Conflito de Nagorno-Karabakh

A independência, contudo, veio acompanhada de um dos conflitos mais complexos e duradouros da região: a questão de Nagorno-Karabakh. Em setembro de 1991, a maioria étnica armênia da região de Nagorno-Karabakh, localizada dentro das fronteiras reconhecidas do Azerbaijão, formou a autoproclamada República de Artsakh. Embora a região e sete distritos vizinhos sejam internacionalmente reconhecidos como parte integrante do Azerbaijão, Nagorno-Karabakh alcançou uma independência de fato com o fim da Primeira Guerra de Nagorno-Karabakh em 1994, após intensos combates. As negociações para uma resolução pacífica do conflito, facilitadas pela Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), têm sido um processo longo e complexo. Um novo capítulo foi escrito após a guerra de Nagorno-Karabakh de 2020, quando os sete distritos adjacentes e partes significativas do próprio Nagorno-Karabakh foram devolvidos ao controle azerbaijano, alterando substancialmente o status quo da região.

Sistema Político e Relações Internacionais

O Azerbaijão opera como uma república semipresidencialista unitária, onde o poder é centralizado e o presidente desempenha um papel fundamental na governança. O país é um dos seis estados turcos independentes e mantém laços culturais e políticos fortes com seus irmãos turcos, sendo um membro ativo do Conselho Turco e da comunidade TÜRKSOY, que promove a cultura e a arte turcas. No palco internacional, o Azerbaijão é um ator dinâmico, com relações diplomáticas estabelecidas com 182 países e participação em 38 organizações internacionais de prestígio. É membro das Nações Unidas, do Conselho da Europa, do Movimento Não-Alinhado e da OSCE, e participa do programa Parceria para a Paz (PfP) da OTAN. Além disso, o Azerbaijão é um dos membros fundadores de organizações como o GUAM (Organização para a Democracia e Desenvolvimento Econômico), a Comunidade de Estados Independentes (CEI) e a Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ), além de ter o status de estado observador na Organização Mundial do Comércio (OMC).

Sociedade e Economia

A sociedade azerbaijana é predominantemente muçulmana, com cerca de 97% da população seguindo esta fé. Contudo, a constituição do país consagra o secularismo, não declarando uma religião oficial e assegurando que todas as principais forças políticas do país são secularistas, um reflexo de sua história como o primeiro estado muçulmano democrático e laico. Como um país em desenvolvimento, o Azerbaijão tem mostrado um notável progresso econômico. Apesar de ocupar a 88ª posição no Índice de Desenvolvimento Humano, apresenta uma alta taxa de crescimento econômico, uma elevada taxa de alfabetização e uma baixa taxa de desemprego, indicando melhorias significativas na qualidade de vida e nas oportunidades para seus cidadãos.

Desafios Atuais e Governança

Apesar do progresso econômico e social, o cenário político do Azerbaijão enfrenta escrutínio. O Partido do Novo Azerbaijão, que está no poder desde 1993, tem sido alvo de acusações de liderança autoritária por observadores internacionais e organizações de direitos humanos. Estas acusações incluem a deterioração do histórico de direitos humanos do país, com crescentes restrições às liberdades civis, em particular a liberdade de imprensa, e a repressão política. Tais questões continuam a ser um foco de preocupação e debate tanto dentro quanto fora do país.

A União Soviética: Uma Potência Eurasian Global

A União Soviética, oficialmente conhecida como União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), foi um colosso geopolítico que dominou vastas extensões da Eurásia de 1922 a 1991. Mais do que um simples país, era um estado comunista emblemático, nominalmente estruturado como uma união federal de quinze repúblicas nacionais. Na prática, no entanto, tanto seu governo quanto sua economia foram rigidamente centralizados em Moscou, até os seus anos finais. Governada por um único partido, o Partido Comunista da União Soviética, tinha em Moscou a sua capital, situada na maior e mais populosa de suas repúblicas, a RSFSR russa. Outras cidades importantes incluíam Leningrado, Kiev, Minsk, Tashkent, Alma-Ata e Novosibirsk. A URSS era, de fato, o maior país do mundo, cobrindo mais de 22,4 milhões de quilômetros quadrados e estendendo-se por onze fusos horários, um território que abarcava uma diversidade imensa de culturas e paisagens.

Fundação e Primeiros Anos Revolucionários

As raízes da União Soviética foram semeadas na turbulência da Revolução de Outubro de 1917. Liderados por Vladimir Lenin, os bolcheviques derrubaram o Governo Provisório Russo, que havia substituído a dinastia Romanov do Império Russo. Esta vitória bolchevique estabeleceu a República Soviética da Rússia, o primeiro estado socialista constitucionalmente garantido do mundo. Contudo, as tensões internas logo degeneraram na Guerra Civil Russa, um conflito brutal entre o Exército Vermelho bolchevique e uma miríade de forças antibolcheviques, sendo a Guarda Branca a maior facção. Ambos os lados recorreram à repressão violenta: o Terror Branco anticomunista visava bolcheviques e suspeitos "trabalhadores e camponeses", enquanto o Exército Vermelho expandia seu controle, estabelecendo sovietes e reprimindo oponentes políticos e camponeses rebeldes durante o Terror Vermelho. Em 1922, com a vitória bolchevique, o equilíbrio de poder mudou, culminando na formação da União Soviética através da unificação das repúblicas russa, transcaucasiana, ucraniana e bielorrussa. Após o término da guerra, o governo de Lenin introduziu a Nova Política Econômica (NEP), que permitiu um retorno parcial ao livre mercado e à propriedade privada, impulsionando um período de recuperação econômica.

A Era Stalinista: Industrialização e Repressão

Após a morte de Lenin em 1924, Joseph Stalin ascendeu ao poder, consolidando um regime autocrático. Stalin suprimiu impiedosamente toda a oposição política dentro do Partido Comunista e implementou uma economia de comando centralizada. Sob sua liderança, o país passou por um período de industrialização acelerada e coletivização forçada da agricultura, que, embora resultasse em crescimento econômico significativo e modernização, também foi acompanhado por um sofrimento humano imenso, incluindo uma fome provocada pelo homem em 1930-1933 que ceifou milhões de vidas. O sistema de campos de trabalho do Gulag foi expandido drasticamente neste período, e a paranóia política fomentada por Stalin culminou no Grande Expurgo. Milhões de líderes militares, membros do partido e cidadãos comuns foram presos, enviados para campos de trabalho correcional ou sumariamente executados sob acusações de serem "inimigos do povo", em uma das maiores campanhas de terror político da história.

O Papel na Segunda Guerra Mundial

Em 23 de agosto de 1939, a União Soviética assinou o Pacto Molotov-Ribbentrop com a Alemanha Nazista, um acordo de neutralidade e não agressão que chocou o mundo. Com a eclosão da Segunda Guerra Mundial após a invasão alemã da Polônia, a URSS, formalmente neutra, invadiu e anexou territórios de vários estados do Leste Europeu, incluindo as regiões orientais da Polônia, Lituânia, Letônia e Estônia. No entanto, em junho de 1941, a Alemanha rompeu o pacto e lançou uma invasão em larga escala da União Soviética, abrindo a devastadora Frente Oriental. Apesar dos sucessos alemães iniciais, os soviéticos, impulsionados por um sacrifício inigualável e pela lendária Batalha de Stalingrado, conseguiram reverter o curso da guerra, ganhando vantagem sobre as forças do Eixo. O Exército Vermelho avançou inexoravelmente, eventualmente capturando Berlim e declarando vitória sobre a Alemanha em 9 de maio de 1945. A União Soviética pagou um preço assombroso por esta vitória, com estimativas de 27 milhões de mortes, a maior perda de vidas entre as forças aliadas. No rescaldo da guerra, o território liberado pelo Exército Vermelho deu origem a vários estados satélites soviéticos, formando o Bloco Oriental.

A Guerra Fria e a Competição Global

O final da Segunda Guerra Mundial marcou o início da Guerra Fria em 1947, um confronto ideológico e geopolítico entre o Bloco Oriental, liderado pela União Soviética, e o Bloco Ocidental, liderado pelos Estados Unidos. Enquanto o Bloco Ocidental se unia sob a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) em 1949, o Bloco Oriental formou sua própria aliança militar, o Pacto de Varsóvia, em 1955. Após a morte de Stalin em 1953, a liderança de Nikita Khrushchev inaugurou um período de desestalinização e o "Degelo de Khrushchev", que trouxe algumas reformas e aberturas sociais. A União Soviética continuou seu rápido desenvolvimento, com milhões de camponeses se mudando para cidades industrializadas. Durante a Guerra Fria, os soviéticos assumiram a liderança na corrida espacial, enviando o primeiro satélite artificial (Sputnik), o primeiro humano ao espaço (Yuri Gagarin) e a primeira sonda a pousar em outro planeta (Vênus). Nos anos 1970, houve uma breve distensão nas relações com os EUA, mas as tensões foram retomadas com a invasão soviética do Afeganistão em 1979. A Guerra Soviética-Afegã, que durou até 1989, drenou recursos econômicos preciosos e foi acompanhada por uma escalada na ajuda militar aos mujahidines afegãos, contribuindo para o desgaste do regime.

Reforma, Dissolução e Legado

Em meados da década de 1980, o último líder soviético, Mikhail Gorbachev, buscou revitalizar o país com suas políticas de glasnost (abertura) e perestroika (reestruturação). O objetivo era reformar e liberalizar a economia e a sociedade, na tentativa de preservar o Partido Comunista e reverter a "Era da Estagnação". No entanto, estas reformas desencadearam forças latentes de nacionalismo e separatismo. Em 1989, nos estágios finais da Guerra Fria, vários países do Pacto de Varsóvia derrubaram seus regimes marxista-leninistas, e movimentos nacionalistas e separatistas eclodiram por toda a União Soviética. Em 1991, Gorbachev convocou um referendo nacional, embora boicotado por algumas repúblicas (Lituânia, Letônia, Estônia, Armênia, Geórgia e Moldávia), no qual a maioria dos cidadãos participantes votou a favor da preservação do país como uma federação renovada. Contudo, em agosto de 1991, uma tentativa de golpe de estado por membros da linha dura do Partido Comunista contra Gorbachev falhou, em grande parte devido à oposição popular liderada por Boris Yeltsin. O Partido Comunista foi subsequentemente banido, e as repúblicas soviéticas, com a Rússia e a Ucrânia à frente, declararam formalmente sua independência. Em 25 de dezembro de 1991, Mikhail Gorbachev renunciou à presidência, marcando o fim oficial da União Soviética. Todas as repúblicas emergiram da dissolução como estados pós-soviéticos totalmente independentes, com a Federação Russa (antiga RSFSR russa) assumindo os direitos e obrigações da União Soviética, sendo reconhecida como sua sucessora legal em assuntos internacionais.

A União Soviética deixou um legado complexo e duradouro. Produziu muitas conquistas e inovações sociais e tecnológicas significativas, particularmente no poder militar e na exploração espacial. Chegou a ostentar a segunda maior economia do mundo, e suas Forças Armadas Soviéticas constituíam o maior exército permanente global. Como estado signatário do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), possuía o maior arsenal de armas nucleares do mundo. Foi membro fundador das Nações Unidas e um dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança, além de membro da OSCE e da Federação Sindical Mundial (FSM), e o principal membro do Conselho para Assistência Econômica Mútua (COMECON). Entre o fim da Segunda Guerra Mundial em 1945 e sua dissolução em 1991, a União Soviética manteve seu status de uma das duas superpotências mundiais, ao lado dos Estados Unidos. Informalmente, era por vezes referida como o "Império Soviético" devido à sua hegemonia em toda a Europa e no mundo, exercida através de uma combinação de força militar e econômica, conflitos por procuração, influência no Terceiro Mundo e financiamento de pesquisas científicas, especialmente em tecnologia espacial e armamento.

Perguntas Frequentes (FAQs)

Onde está localizado o Azerbaijão?
O Azerbaijão está localizado na fronteira da Europa Oriental e da Ásia Ocidental, fazendo parte da região do Cáucaso do Sul. É um país transcontinental.
Qual é a capital do Azerbaijão?
A capital e maior cidade do Azerbaijão é Baku.
Quando o Azerbaijão se tornou independente da União Soviética?
A moderna República do Azerbaijão proclamou sua independência em 30 de agosto de 1991, pouco antes da dissolução da União Soviética no mesmo ano.
O que é o conflito de Nagorno-Karabakh?
É um conflito territorial e étnico entre o Azerbaijão e a maioria étnica armênia da região de Nagorno-Karabakh. Embora internacionalmente reconhecida como parte do Azerbaijão, a região teve um status de fato independente após a guerra de 1994, até que partes significativas foram recuperadas pelo Azerbaijão na guerra de 2020.
Qual é a religião predominante no Azerbaijão?
A grande maioria da população do país (97%) é muçulmana. No entanto, a constituição do Azerbaijão é secular e não declara uma religião oficial.
Quando a União Soviética foi fundada e dissolvida?
A União Soviética foi fundada em 1922 e foi dissolvida em 25 de dezembro de 1991, quando Mikhail Gorbachev renunciou à presidência.
Qual era a extensão territorial da União Soviética?
A União Soviética era o maior país do mundo, cobrindo mais de 22.402.200 quilômetros quadrados e abrangendo onze fusos horários.
Quem foi o primeiro líder da União Soviética?
Vladimir Lenin liderou os bolcheviques na Revolução de Outubro de 1917 e foi o primeiro líder da República Soviética da Rússia, que formaria a base da União Soviética. Joseph Stalin ascendeu ao poder após a morte de Lenin.
Qual o papel da União Soviética na Segunda Guerra Mundial?
A União Soviética desempenhou um papel crucial e decisivo na vitória dos Aliados na Segunda Guerra Mundial, especialmente na Frente Oriental, que envolveu a maior parte das forças alemãs. Sofreu o maior número de baixas humanas entre todos os países envolvidos no conflito.
Como a União Soviética terminou?
A União Soviética terminou após um período de reformas (glasnost e perestroika) lideradas por Mikhail Gorbachev, que, em vez de salvar o sistema, levaram ao surgimento de movimentos nacionalistas e separatistas. Uma tentativa de golpe de estado por membros da linha dura em agosto de 1991 falhou, acelerando a declaração de independência das repúblicas e, finalmente, a renúncia de Gorbachev e a dissolução formal da URSS.