Oscar Niemeyer, arquiteto brasileiro, projetou a Sede das Nações Unidas e a Catedral de Brasília (m. 2012)

Oscar Ribeiro de Almeida Niemeyer Soares Filho (15 de dezembro de 1907 - 5 de dezembro de 2012), conhecido como Oscar Niemeyer (português brasileiro: [ˈoskaʁ ni.eˈmajeʁ]), foi um arquiteto brasileiro considerado uma das figuras-chave no desenvolvimento da arquitetura moderna. Niemeyer era mais conhecido por seus projetos de edifícios cívicos para Brasília, uma cidade planejada que se tornou a capital do Brasil em 1960, bem como por sua colaboração com outros arquitetos na sede das Nações Unidas em Nova York. Sua exploração das possibilidades estéticas do concreto armado foi altamente influente no final do século XX e início do século XXI.

Tanto elogiado quanto criticado por ser um "escultor de monumentos", Niemeyer foi saudado como um grande artista e um dos maiores arquitetos de sua geração por seus partidários. Ele disse que sua arquitetura foi fortemente influenciada por Le Corbusier, mas em uma entrevista, garantiu que isso "não impediu que [sua] arquitetura fosse em uma direção diferente". Niemeyer era mais famoso por seu uso de formas abstratas e curvas e escreveu em suas memórias:

Não sou atraído por ângulos retos ou pela linha reta, dura e inflexível, criada pelo homem. Sinto-me atraída por curvas sensuais e fluidas. As curvas que encontro nas montanhas do meu país, na sinuosidade de seus rios, nas ondas do oceano e no corpo da mulher amada. As curvas compõem todo o Universo, o Universo curvo de Einstein.

Niemeyer formou-se na Escola Nacional de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro e, depois de formado, trabalhou na casa de tipografia do pai e como desenhista para escritórios de arquitetura locais. Na década de 1930, estagiou com Lúcio Costa, com a dupla colaborando no projeto do Palácio Gustavo Capanema, no Rio de Janeiro. O primeiro grande projeto de Niemeyer foi uma série de prédios para a Pampulha, um subúrbio planejado ao norte de Belo Horizonte. Seu trabalho, especialmente na Igreja de São Francisco de Assis, foi aclamado pela crítica e chamou a atenção internacional. Ao longo das décadas de 1940 e 1950, Niemeyer tornou-se um dos arquitetos mais prolíficos do Brasil, atuando tanto no país quanto no exterior. Isso incluiu o projeto do Edifício Copan (um grande edifício residencial em São Paulo) e uma colaboração com Le Corbusier (e outros) na sede das Nações Unidas, que rendeu convites para lecionar na Universidade de Yale e na Harvard Graduate School of Design.

Em 1956, Niemeyer foi convidado pelo novo presidente do Brasil, Juscelino Kubitschek, para projetar os prédios cívicos da nova capital brasileira, que seria construída no centro do país, longe das cidades existentes. Seus projetos para o Congresso Nacional do Brasil, a Catedral de Brasília, o Palácio da Alvorada, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal, todos projetados em 1960, eram experimentais e ligados por elementos de design comuns. Este trabalho levou à sua nomeação como chefe inaugural de arquitetura da Universidade de Brasília, bem como membro honorário do American Institute of Architects. Devido à sua ideologia majoritariamente de esquerda e envolvimento com o Partido Comunista Brasileiro (PCB), Niemeyer deixou o país após o golpe militar de 1964 e abriu um escritório em Paris. Retornou ao Brasil em 1985 e recebeu o prestigioso Prêmio Pritzker de Arquitetura em 1988. Socialista e ateu desde cedo, Niemeyer passou um tempo em Cuba e na União Soviética durante seu exílio, e em seu retorno serviu como representante do PCB presidente de 1992 a 1996. Niemeyer continuou trabalhando no final do século 20 e início do século 21, com destaque para o projeto do Museu de Arte Contemporânea de Niterói (1996) e do Museu Oscar Niemeyer (2002). Ao longo de uma carreira de 78 anos, ele desenhou cerca de 600 projetos. Niemeyer morreu no Rio de Janeiro em 5 de dezembro de 2012, aos 104 anos, dez dias antes de completar 105 anos.