Mortes em 23 de maio

Sterling Hayden, ator americano (n. 1916)

Sterling Walter Hayden, nascido Sterling Relyea Walter em 26 de março de 1916, e falecido em 23 de maio de 1986, foi uma figura multifacetada e imponente na paisagem cultural americana. Sua vida foi um caleidoscópio de aventuras e papéis, transitando de um respeitado ator a um autor perspicaz, de um destemido marinheiro a um oficial condecorado do Corpo de Fuzileiros Navais, e até mesmo um agente secreto da OSS (Office of Strategic Services) durante a turbulenta Segunda Guerra Mundial. Com uma presença de tela inconfundível, marcada por seus 196 cm de altura e uma voz barítono distintiva, Hayden deixou uma marca indelével tanto em papéis de protagonista quanto de coadjuvante.

Vida Além das Telas: Marinheiro, Militar e Autor

Antes de se consagrar nas telas de cinema, a vida de Sterling Hayden já era digna de um roteiro cinematográfico. Um apaixonado pelo mar desde jovem, ele abraçou a vida de marinheiro, explorando os oceanos e forjando um espírito aventureiro que o acompanharia por toda a vida. Essa veia de coragem e compromisso o levou a servir o seu país durante a Segunda Guerra Mundial, não apenas como oficial do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA, mas também em missões clandestinas como agente da OSS. A OSS, um precursor da CIA, era encarregada de espionagem, sabotagem e coleta de inteligência em tempos de guerra. Essa experiência real de perigo e dever infundiu em sua persona uma autenticidade rara. Além de suas proezas militares, Hayden também era um autor talentoso, conhecido por sua autobiografia "Wanderer" (1963), que oferecia uma visão crua e filosófica de sua vida errante e complexa, e o romance "Voyage: A Novel of 1896" (1976), que refletia seu amor pelo mar.

A Ascensão no Cinema: Protagonista dos Anos 50

Nos anos 1950, Sterling Hayden emergiu como um protagonista de destaque em Hollywood, consolidando sua reputação em dois gêneros que definiram a era: o western e o film noir. Sua estatura impressionante e sua voz de "barítono de fogo rápido", combinadas com uma intensidade dramática inata, o tornaram ideal para personagens complexos e muitas vezes atormentados. Entre suas atuações mais memoráveis da década, destacam-se o ladrão de joias Doc Riedenschneider em "O Segredo das Joias" (The Asphalt Jungle, 1950), dirigido por John Huston, um clássico do film noir que explorava o submundo do crime com maestria. Ele também brilhou como o herói pistoleiro Johnny Guitar em "Johnny Guitar" (Johnny Guitar, 1954), um western vibrante e estilizado de Nicholas Ray, e como o criminoso desesperado Johnny Clay em "O Grande Golpe" (The Killing, 1956), aclamado filme de Stanley Kubrick que demonstrava a narrativa não linear e a tensão característica do diretor.

O Legado dos Papéis Coadjuvantes Icônicos

A década de 1960 marcou uma transição em sua carreira, com Hayden abraçando papéis coadjuvantes que, em muitos casos, se tornaram tão ou mais memoráveis que seus trabalhos como protagonista. Nenhum papel exemplifica essa fase melhor do que sua interpretação genial do paranoico General Jack D. Ripper em "Dr. Fantástico ou: Como Aprendi a Parar de Me Preocupar e Amar a Bomba" (Dr. Strangelove or: How I Learned to Stop Worrying and Love the Bomb, 1964), de Stanley Kubrick. Nesta sátira política da Guerra Fria, Hayden entregou uma performance inesquecível, imbuindo o personagem com uma mistura perturbadora de convicção e insanidade, que se tornou um marco na história do cinema.

Seu sucesso continuou na efervescente era da Nova Hollywood, um período de renovação criativa onde diretores ganharam maior controle artístico. Hayden adaptou-se perfeitamente, emprestando sua presença imponente a mais personagens icônicos. Ele interpretou o inflexível Capitão McCluskey, um policial irlandês-americano, no seminal "O Poderoso Chefão" (The Godfather, 1972), de Francis Ford Coppola, um filme que redefiniu o gênero de gângsteres e se tornou um dos mais influentes de todos os tempos. No ano seguinte, ele foi o romancista alcoólatra Roger Wade em "O Perigoso Adeus" (The Long Goodbye, 1973), de Robert Altman, uma releitura cínica e estilizada do film noir. Finalmente, em 1976, ele encarnou o camponês idoso Leo Dalcò na épica saga histórica "1900" (1900), de Bernardo Bertolucci, demonstrando sua versatilidade ao transitar por diferentes culturas e épocas.

Uma Presença Inesquecível

A estatura física de Sterling Hayden, com seus imponentes 196 cm, combinada com sua voz profunda e ressonante de "barítono de fogo rápido", conferia-lhe uma presença de tela singularmente dominante. Essa combinação de atributos físicos e vocais permitiu-lhe encarnar uma gama diversificada de personagens, de heróis robustos a figuras complexas e moralmente ambíguas, deixando uma impressão duradoura em cada performance. Sua capacidade de evocar autoridade, vulnerabilidade e uma certa melancolia existencial o tornou um ator verdadeiramente cativante e uma lenda de Hollywood.

FAQs sobre Sterling Walter Hayden

Qual era o nome de batismo de Sterling Hayden?

Seu nome de batismo era Sterling Relyea Walter, que ele mais tarde mudou para Sterling Walter Hayden.

Quais foram as principais profissões de Sterling Hayden além de atuar?

Além de sua prolífica carreira de ator, Hayden foi um marinheiro experiente, um oficial do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA durante a Segunda Guerra Mundial e um agente da OSS (Office of Strategic Services). Ele também foi um autor de sucesso, escrevendo uma aclamada autobiografia e um romance.

Em quais gêneros cinematográficos Sterling Hayden se destacou nos anos 1950?

Nos anos 1950, Hayden se especializou em papéis de protagonista em westerns e filmes noir, onde sua intensidade e presença física eram particularmente adequadas.

Qual foi o papel mais icônico de Sterling Hayden nos anos 1960?

Seu papel mais memorável e icônico nos anos 1960 foi, sem dúvida, o do General Jack D. Ripper na sátira nuclear de Stanley Kubrick, "Dr. Fantástico ou: Como Aprendi a Parar de Me Preocupar e Amar a Bomba" (1964).

Sterling Hayden atuou em filmes da era "Nova Hollywood"?

Sim, ele continuou a ter sucesso na era da Nova Hollywood, com papéis notáveis como o Capitão McCluskey em "O Poderoso Chefão" (1972), Roger Wade em "O Perigoso Adeus" (1973) e Leo Dalcò em "1900" (1976).

Qual era a altura e a característica vocal distintiva de Sterling Hayden?

Sterling Hayden era notavelmente alto, com 196 cm, e possuía uma voz distintiva de "barítono de fogo rápido", que contribuía significativamente para sua imponente presença de tela.