O Dia de Arafah, uma data de profunda reverência no coração do Calendário Lunar Islâmico (ou Calendário Hijri), marca-se anualmente no 9.º dia de Dhu al-Hijjah. Este mês, o décimo segundo e último do calendário islâmico, é especialmente sagrado por acolher a peregrinação anual do Hajj a Meca, um dos cinco pilares fundamentais do Islão.

Arafah representa o auge, o pico espiritual da peregrinação, e é considerado por muitos como o dia mais significativo do ano para os muçulmanos em todo o mundo. É nesse dia que milhões de peregrinos se reúnem na planície do Monte Arafat, a cerca de 20 quilómetros a sudeste de Meca, na Arábia Saudita, para um dia inteiro de devoção intensa, súplicas fervorosas e arrependimento. Este local histórico é onde o Profeta Muhammad (que a paz e as bênçãos de Deus estejam com ele) proferiu o seu sermão de despedida, conhecido como Khutbat al-Wada', que ofereceu diretrizes abrangentes para a vida muçulmana e enfatizou princípios de justiça, igualdade e unidade.

A Importância Espiritual do Dia de Arafah

Para os peregrinos, estar em Arafat é o elemento essencial do Hajj; sem ele, a peregrinação seria inválida. É um dia de introspecção profunda e de busca sincera pelo perdão divino. A crença amplamente difundida é que as súplicas feitas neste dia são mais propensas a serem aceites, e os pecados de anos anteriores e futuros podem ser perdoados, por pura misericórdia de Deus. Os peregrinos dedicam o seu tempo à oração, à recitação do Alcorão e ao dhikr (lembrança de Deus), elevando as mãos em humildade perante o Criador.

Para aqueles que não estão em peregrinação, o jejum no Dia de Arafah é altamente recomendado e considerado uma Sunnah (prática e ensinamento do Profeta Muhammad) que traz recompensas imensas. Acredita-se que o jejum neste dia expia os pecados do ano anterior e do ano vindouro, sendo um ato de piedade e gratidão acessível a todos os muçulmanos fora de Meca.

O Posicionamento no Calendário Islâmico

Este dia sagrado é o segundo da sequência de rituais do Hajj, seguindo o primeiro dia, que envolve a intenção (ihram) e as primeiras circum-ambulações (tawaf). A sua proximidade com uma das celebrações mais importantes do Islão é notável:

O Eid al-Adha, celebrado globalmente, comemora a disposição do Profeta Ibrahim (Abraão) de sacrificar o seu filho Ismail (Ismael) em obediência à ordem de Deus, um ato de fé supremo que foi, em última análise, substituído pelo sacrifício de um carneiro. Assim, o Dia de Arafah serve como a porta de entrada para esta celebração jubilosa de fé e sacrifício.

Perguntas Frequentes sobre o Dia de Arafah

Quando é o Dia de Arafah?
O Dia de Arafah ocorre no 9.º dia do mês de Dhu al-Hijjah no Calendário Lunar Islâmico. A data exata no calendário gregoriano varia anualmente, pois o calendário islâmico é lunar e mais curto, com base na observação da lua nova.
Por que o Dia de Arafah é tão importante?
É o ponto culminante da peregrinação do Hajj, onde os peregrinos se reúnem no Monte Arafat para oração e arrependimento, buscando o perdão divino. É considerado um dia de imensa misericórdia e perdão de pecados. Para não-peregrinos, o jejum neste dia é uma prática altamente recompensadora, acreditando-se que expia pecados de dois anos.
Qual a relação entre o Dia de Arafah e o Eid al-Adha?
O Dia de Arafah precede diretamente o Eid al-Adha, a "Festa do Sacrifício". O Eid al-Adha começa no 10.º dia de Dhu al-Hijjah, logo após o Dia de Arafah, marcando o fim dos rituais principais do Hajj e sendo uma celebração global da fé, obediência e sacrifício, inspirada na história do Profeta Ibrahim.