Lee Harvey Oswald, assassino americano de John F. Kennedy (n. 1939)

Lee Harvey Oswald (18 de outubro de 1939 – 24 de novembro de 1963) é uma figura tristemente célebre na história americana, conhecido por ter assassinado John F. Kennedy, o 35º presidente dos Estados Unidos, em 22 de novembro de 1963. Sua vida, marcada por instabilidade e radicalismo, culminou num evento que chocou o mundo e redefiniu a política americana, gerando um legado de controvérsia e especulação que perdura até hoje.

Juventude Turbulenta e Serviço Militar

A infância de Lee Harvey Oswald foi caracterizada por uma profunda falta de estabilidade. Nascido em Nova Orleans, Louisiana, ele perdeu o pai antes de nascer e passou por uma série de mudanças de residência e escolas com sua mãe e irmãos. Aos 12 anos, sua trajetória já apresentava sinais de desajuste: foi encaminhado à detenção juvenil por evasão escolar. Durante esse período, um psiquiatra o avaliou como "emocionalmente perturbado", uma conclusão atribuída à ausência de uma vida familiar normal e estável. Frequentando impressionantes 22 escolas diferentes em sua juventude, Oswald repetidamente desistia dos estudos, demonstrando uma dificuldade em se adaptar e uma rejeição à autoridade.

Aos 17 anos, buscando talvez um senso de propósito ou estrutura, Oswald alistou-se no Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA. Embora tenha servido por quase três anos, sua passagem militar foi marcada por problemas disciplinares, incluindo duas cortes marciais por incidentes menores, como a posse não autorizada de uma arma e um altercado com um sargento. Apesar desses contratempos, ele recebeu uma dispensa honrosa do serviço ativo para a reserva. No entanto, sua trajetória tomou um rumo drástico logo em seguida: em outubro de 1959, em meio à Guerra Fria, Oswald chocou muitos ao voar para a Europa e, de forma audaciosa, desertar para a União Soviética. Este ato, altamente incomum para um cidadão americano da época, levantou questões sobre suas convicções ideológicas e lealdades.

Vida na União Soviética e Retorno aos EUA

Na União Soviética, Oswald estabeleceu-se em Minsk, na atual Bielorrússia, onde trabalhou em uma fábrica. Lá, conheceu e casou-se com Marina Prusakova, uma estudante de farmácia, e juntos tiveram uma filha. Contudo, seu entusiasmo inicial pelo comunismo pareceu diminuir com o tempo, e ele se desiludiu com a realidade da vida soviética. Em junho de 1962, após quase três anos no Bloco Oriental, Lee Harvey Oswald e sua família – sua esposa e filha – retornaram aos Estados Unidos, um retorno paradoxal para alguém que havia desertado. A família acabou se estabelecendo em Dallas, Texas, onde sua segunda filha nasceu.

O Assassinato de John F. Kennedy e a Captura de Oswald

O fatídico dia de 22 de novembro de 1963 entrou para a história. Enquanto o Presidente John F. Kennedy passava em carreata pela Dealey Plaza, em Dallas, Lee Harvey Oswald, posicionado no sexto andar do Texas School Book Depository, disparou uma série de tiros, atingindo fatalmente o presidente e ferindo o governador do Texas, John Connally. O mundo assistiu em choque ao desenrolar dos eventos, mergulhando os Estados Unidos em um período de luto e incerteza. A busca pelo atirador começou imediatamente.

Cerca de 45 minutos após o assassinato de Kennedy, Oswald teve um encontro violento com o policial de Dallas J. D. Tippit, que o havia parado em uma rua local. Oswald atirou e matou o oficial, complicando ainda mais a teia de eventos. Ele então buscou refúgio em um cinema, onde foi rapidamente localizado e preso pelo assassinato do policial Tippit. Posteriormente, Oswald foi acusado também pelo assassinato do Presidente Kennedy. Durante seu breve período sob custódia, ele negou veementemente sua responsabilidade pelos assassinatos, proclamando-se um "patsy", uma vítima de alguma conspiração maior.

Morte de Oswald e o Legado da Controvérsia

Dois dias após o assassinato de Kennedy, e antes que pudesse ser julgado, Lee Harvey Oswald foi ele próprio assassinado. Em 24 de novembro de 1963, enquanto estava sendo transferido da sede da polícia de Dallas para uma prisão de segurança máxima, Oswald foi morto a tiros por Jack Ruby, um proprietário de boate local, em frente às câmeras de televisão ao vivo. Este evento sem precedentes – o assassino de um presidente sendo morto em rede nacional – adicionou mais uma camada de drama e mistério a uma já complexa narrativa.

Em setembro de 1964, a Comissão Warren, nomeada pelo Presidente Lyndon B. Johnson para investigar o assassinato, divulgou suas conclusões. O relatório afirmou que Lee Harvey Oswald agiu sozinho ao assassinar o Presidente Kennedy e que não havia evidências de uma conspiração. Esta conclusão foi corroborada por investigações subsequentes conduzidas pelo Departamento de Polícia de Dallas, o FBI, o Serviço Secreto dos Estados Unidos e, mais tarde, pelo Comitê Seleto da Câmara sobre Assassinatos. No entanto, apesar dessas investigações oficiais, a conclusão da Comissão Warren permanece altamente controversa. Décadas depois, pesquisas de opinião pública continuam a mostrar que uma parte significativa dos americanos não acredita que a versão oficial contenha toda a verdade dos eventos, alimentando uma miríade de teorias da conspiração que persistem e mantêm o assassinato de JFK como um dos maiores enigmas da história moderna.

Perguntas Frequentes (FAQs)

Quem foi Lee Harvey Oswald?

Lee Harvey Oswald foi um ex-fuzileiro naval americano, mais conhecido como o assassino de John F. Kennedy, o 35º presidente dos Estados Unidos, em 22 de novembro de 1963.

Qual foi o papel de Oswald no assassinato de JFK?

De acordo com a Comissão Warren e outras investigações oficiais, Oswald foi o único atirador responsável pela morte do Presidente Kennedy, disparando os tiros do Texas School Book Depository em Dallas.

Por que Lee Harvey Oswald desertou para a União Soviética?

Oswald, aparentemente motivado por ideais comunistas e uma insatisfação com a sociedade americana, desertou para a União Soviética em 1959. No entanto, ele se desiludiu com a vida soviética e retornou aos EUA em 1962.

Como Lee Harvey Oswald foi capturado?

Cerca de 45 minutos após o assassinato de Kennedy, Oswald atirou e matou o policial de Dallas J. D. Tippit. Ele foi subsequentemente capturado em um cinema, acusado pelos dois assassinatos.

Como Lee Harvey Oswald morreu?

Lee Harvey Oswald foi assassinado a tiros por Jack Ruby, um proprietário de boate, em 24 de novembro de 1963, no porão da sede da polícia de Dallas, enquanto era transferido, um evento transmitido ao vivo pela televisão.

A Comissão Warren encontrou evidências de uma conspiração?

Não, a Comissão Warren concluiu que Lee Harvey Oswald agiu sozinho e que não havia evidências de uma conspiração no assassinato de Kennedy. Essa conclusão, no entanto, continua a ser objeto de debate e ceticismo público.

O que Oswald quis dizer com a afirmação de ser um "patsy"?

Ao se declarar um "patsy", Oswald estava alegando ser uma pessoa inocente que estava sendo falsamente incriminada ou usada como bode expiatório para o assassinato, sugerindo a existência de uma conspiração maior.