Preparação no calendário é a prática de usar datas-chave ao longo do ano para lembrar, treinar e melhorar rotinas de segurança. De jornadas globais a dias nacionais, essas ocasiões estruturam a prontidão, conectando memória coletiva, ciência do risco e ações concretas.

Neste guia, você verá por que essas datas existem, como rastreá-las com contagens regressivas e como convertê-las em checklists e simulados reais para famílias, escolas, empresas e comunidades.

Por que existe um calendário de preparação para desastres

As principais datas de preparação foram criadas para:

  • Homenagear eventos históricos e vítimas, transformando a memória em prevenção.
  • Alinhar a atenção pública aos ciclos sazonais de risco (chuvas, furacões, queimadas, terremotos).
  • Sincronizar ensaios e campanhas em escala local, nacional e global.

Do ponto de vista prático, datas fixas funcionam como gatilhos: revisar o kit, testar alarmes, treinar rotas de evacuação e atualizar contatos.

Principais marcos globais

Dia Internacional para a Redução do Risco de Desastres (13 de outubro)

Instituído pela Assembleia Geral da ONU em 1989 e coordenado pelo UNDRR, o dia de 13 de outubro destaca políticas eficazes de redução de riscos, alinhadas ao Marco de Sendai. Governos, escolas e empresas promovem campanhas, palestras e simulados.

ShakeOut: o maior simulado sísmico do mundo

O ShakeOut nasceu na Califórnia em 2008 e hoje reúne dezenas de milhões de participantes a cada ano em vários países. Em geral ocorre na terceira quinta-feira de outubro, com o exercício Drop, Cover and Hold On (em português: Abaixe-se, Cubra-se e Proteja-se). Organizações e famílias treinam, por alguns minutos, a resposta a tremores: proteger cabeça e pescoço, ficar longe de janelas e manter-se no abrigo até cessar o movimento.

Datas nacionais e regionais de destaque

Japão: 1º de setembro — Dia de Prevenção de Desastres

O 1º de setembro lembra o Grande Terremoto de Kanto (1923) e marca o início de um período historicamente crítico de tufões. Nesse dia, milhões de estudantes e trabalhadores participam de simulados, verificação de kits bosai e inspeções de rotas de evacuação. É um símbolo da cultura de preparação japonesa.

México: 19 de setembro — Dia Nacional de Proteção Civil

Em memória do terremoto de 1985 na Cidade do México, o país realiza o megasimulacro anual. Sirenes soam, prédios são evacuados e equipes praticam protocolos de busca e resgate. A data ganhou ainda mais significado após o sismo de 2017, também em 19 de setembro.

China: 12 de maio — Dia Nacional de Prevenção e Redução de Desastres

O 12 de maio foi escolhido após o terremoto de Wenchuan (2008). Escolas, bairros e empresas desenvolvem atividades de educação em risco, reforço de estruturas e preparação de kits, muitas vezes acompanhadas de inspeções públicas.

Filipinas: julho — Mês Nacional de Resiliência a Desastres

Julho antecede o pico de tufões. O mês mobiliza comunidades em planos de evacuação, limpeza de canais contra inundações e treinamentos de abrigo. Campanhas enfatizam alertas precoces e organização de abrigos temporários.

Peru: 31 de maio — Simulado Nacional de Sismo

A data lembra o terremoto de 1970 em Áncash. O exercício nacional treina evacuação, primeiros socorros e coordenação com defesa civil, frequentemente acompanhado por simulados adicionais ao longo do ano para múltiplas ameaças.

Nova Zelândia: ShakeOut e Get Ready Week

A Nova Zelândia promove o ShakeOut e a Get Ready Week em setembro-outubro, com foco em terremotos e tsunamis. Cidades costeiras praticam o tsunami hīkoi, caminhando por rotas até áreas mais altas.

Alemanha e Suíça: dias de teste de alerta

A Alemanha realiza o Warntag, um teste nacional de sistemas de alerta geralmente em setembro, envolvendo aplicativos, sirenes e mídias. A Suíça testa sirenes em todo o país na primeira quarta-feira de fevereiro. Embora não sejam propriamente dias de desastre, esses testes fortalecem a prontidão.

Estados Unidos: setembro — Mês da Preparação

Setembro foca kits, comunicação e treinamento familiar, com recursos do Ready.gov e iniciativas locais. O país também participa do ShakeOut em outubro e promove semanas temáticas, como a de Preparação para Furacões, conforme a temporada.

Por que essas datas foram escolhidas

  • Âncoras históricas: 1º de setembro no Japão (Kanto, 1923), 19 de setembro no México (1985), 12 de maio na China (Wenchuan, 2008), 31 de maio no Peru (Áncash, 1970).
  • Sazonalidade: meses que antecedem períodos de maior risco (tufões nas Filipinas, furacões no Atlântico, cheias regionais).
  • Sistemas de alerta: testes nacionais concentrados para garantir alcance e interoperabilidade.

Essa lógica ajuda a transformar lembrança em ação e a alinhar o calendário do risco com o calendário cívico.

Como acompanhar as datas com contagens regressivas

1) Crie um calendário temático

  • Google Calendar, Apple Calendar ou Outlook: crie um calendário Preparação no calendário e adicione eventos recorrentes (13 de outubro, ShakeOut na 3ª quinta de outubro, 1º de setembro etc.).
  • Descreva cada evento com objetivos: revisar kit, treinar evacuação, testar alarmes, atualizar contatos.

2) Ative lembretes progressivos

  • 30 dias antes: compra de reposição do kit e atualizações de contato.
  • 7 dias antes: confirmar participantes, rotas e papéis.
  • Na véspera: checklist rápido e comunicado final.

3) Use contagens regressivas

  • Widgets de tela: apps de countdown exibem dias restantes até ShakeOut, 13 de outubro e datas nacionais.
  • Web e intranet: incorpore um cronômetro simples para mobilizar equipes.
  • Automação: configure lembretes no Slack/Teams via bots ou integrações nativas.

4) Sincronize com campanhas oficiais

  • Assine newsletters do UNDRR, proteção civil local e defesa civil.
  • Siga perfis oficiais para receber materiais prontos (posts, cartazes, roteiros de simulado).

Transforme o dia em rotina: checklists práticos

Checklist de 30 minutos para qualquer data

  • Revisar contatos: família, vizinhos, escola, trabalho, números de emergência.
  • Conferir kit: água, alimentos, medicamentos, lanternas, rádio, power bank, documentos e dinheiro.
  • Testar alertas: aplicativos oficiais, sirenes locais, TV/radio de emergência.
  • Mapear rotas: saída mais segura de casa/escola/trabalho e ponto de encontro.
  • Simulado curto: praticar a ação mais provável para seu risco (terremoto, inundação, incêndio).

Kit de 72 horas (base)

  • Água: cerca de 3 litros por pessoa por dia.
  • Alimentos não perecíveis: para 3 dias, abridor manual.
  • Saúde: medicamentos de uso contínuo, kit de primeiros socorros, máscaras e álcool.
  • Energia e luz: lanternas, pilhas, power bank, carregadores.
  • Comunicação: rádio de emergência (preferencialmente com manivela/solar).
  • Documentos: cópias físicas e digitais (identidade, receitas médicas, apólices, contatos).
  • Higiene e proteção: itens pessoais, luvas, capa de chuva.
  • Animais de estimação: ração, guia, caixa de transporte, carteirinha.

Protocolos por ameaça

  • Terremotos: Abaixe-se, Cubra-se e Proteja-se; fixe móveis pesados; identifique mesas resistentes.
  • Inundações: saiba rotas para áreas altas; nunca atravesse água em movimento; desligue a energia se houver segurança.
  • Tempestades severas: proteja janelas; guarde objetos soltos; fique longe de fios.
  • Incêndios florestais: zona de proteção ao redor da casa; plano de evacuação com antecedência; máscara para fumaça.
  • Tsunamis: reconheça rotas sinalizadas; pratique a caminhada até o ponto seguro.

Como planejar simulados úteis (e não apenas formais)

  • Objetivo claro: o que você quer validar? Tempo de evacuação, comunicação, uso do kit?
  • Cenário realista: use riscos locais, horário e condições plausíveis.
  • Papéis definidos: quem coordena, quem verifica presença, quem liga para serviços.
  • Medição: tempo total, gargalos de escada, falhas de comunicação, itens em falta.
  • Debriefing: 10 a 15 minutos para registrar lições e delegar correções.

Roteiro anual de preparação no calendário

  • Janeiro: teste detectores de fumaça e CO; revise seguros.
  • Março: rodízio de água e alimentos do kit; atualização de contatos.
  • Maio: tempestades e inundações em várias regiões; simulado multiperigo.
  • Julho: mês de resiliência nas Filipinas; reforce rotinas para chuvas ou calor extremo.
  • Setembro: mês da preparação em vários países; 1º de setembro no Japão; checklist completa.
  • Outubro: 13 de outubro (ONU) e ShakeOut; grande simulado do ano.
  • Novembro: revisão de lições, compra estratégica de reposição, planejamento do próximo ciclo.

Como engajar diferentes públicos

Famílias

  • Mapa simples na geladeira com rotas e contatos.
  • Simulado de 5 minutos em cada data-chave.
  • Envolver crianças com tarefas específicas (lanterna, apito, mochila).

Escolas

  • Integração curricular nas semanas dos marcos (ciências, geografia, cidadania).
  • Planos para necessidades especiais e comunicação com responsáveis.
  • Exercícios de variação: um para terremoto, outro para incêndio, outro para inundação.

Empresas

  • Matriz de riscos locacionais e continuidade de negócios.
  • Equipes de resposta com treinamento básico (primeiros socorros, evacuação, uso de extintores).
  • Backups, redundância de energia e comunicação de crise testados nas datas globais.

Como medir progresso

  • Indicadores simples: tempo de evacuação, percentual com kit completo, adesão aos simulados.
  • Checklist com status (feito, em andamento, pendente) para cada data.
  • Registro de lições aprendidas e plano de ação com prazos e responsáveis.

Perguntas frequentes

O que é o Dia Internacional para a Redução do Risco de Desastres?

É uma data da ONU, em 13 de outubro, que promove políticas e ações para reduzir riscos e perdas causadas por desastres. Governos e organizações realizam eventos, campanhas e simulados para fortalecer a resiliência.

Por que o Japão escolheu 1º de setembro para o Dia de Prevenção de Desastres?

A data lembra o Grande Terremoto de Kanto de 1923 e sinaliza um período de risco de tufões. O objetivo é transformar memória em prevenção, com exercícios e checagens em todo o país.

O que é o ShakeOut e quando acontece?

O ShakeOut é um simulado sísmico global com foco em Abaixe-se, Cubra-se e Proteja-se. Em geral ocorre na terceira quinta-feira de outubro, com horários definidos localmente. Qualquer pessoa pode se inscrever e participar.

Como criar uma contagem regressiva para essas datas?

Use um calendário digital com eventos recorrentes e ative lembretes 30 e 7 dias antes. Apps de countdown, widgets de tela e bots de mensagens ajudam a manter a equipe engajada até o dia do exercício.

Qual é a checklist mínima para um kit de emergência?

Água (3 litros por pessoa por dia, por 3 dias), alimentos não perecíveis, medicamentos, kit de primeiros socorros, lanternas, pilhas, power bank, rádio de emergência, cópias de documentos e quantia de dinheiro, além de itens para pets.

Como adaptar os simulados para empresas?

Defina papéis, rotas e pontos de encontro; teste comunicação interna e backups; treine brigadas e valide tempos de evacuação. Use as datas globais como marcos para auditorias e planos de continuidade.

Como envolver crianças e escolas nesses dias?

Proponha atividades lúdicas, mapas simples e papéis claros nos simulados. Comunique-se com responsáveis, assegurando planos para necessidades especiais e rotas seguras praticadas durante o ano.