Guerrilheiros palestinos matam dezoito pessoas dentro dos aeroportos de Roma, Itália, e Viena, Áustria.

O povo palestino, conhecido em árabe como الشعب الفلسطيني (Ash-Sha'b Al-Filasṭīnī) ou simplesmente como palestinos (الفلسطينيون, al-filasṭīniyyūn), e em hebraico como פלסטינים, é um grupo etnonacional cujas raízes remontam a milênios na região da Palestina histórica. Embora sua identidade moderna seja intrinsecamente ligada à cultura e língua árabe, eles são descendentes de diversos povos que habitaram essa terra ao longo da história, contribuindo para uma herança rica e multifacetada que se estende desde os tempos bíblicos até o período otomano.

Presença Geográfica e Demografia

Apesar de uma história marcada por conflitos e deslocamentos massivos, incluindo os exodos de 1948 e 1967, aproximadamente metade da população palestina permanece a residir nos antigos territórios da Palestina Mandatária. Esta área hoje compreende a Cisjordânia, a Faixa de Gaza e o Estado de Israel. Em 2005, os palestinos constituíam uma parte significativa dos habitantes nessas áreas combinadas, representando 49% de todos os residentes.

Palestinos nos Territórios Históricos

Refugiados e Deslocados Internamente

Uma parcela considerável do povo palestino vive em condição de refugiado ou deslocado interno. Estes são indivíduos ou famílias que foram forçados a deixar suas casas devido a conflitos, mas que permanecem dentro ou nas proximidades de sua pátria histórica. Estima-se que mais de um milhão vivem como refugiados na Faixa de Gaza, cerca de 750.000 na Cisjordânia e aproximadamente 250.000 dentro de Israel.

A Diáspora Palestina

Fora da Palestina histórica reside a vasta diáspora palestina, uma comunidade global que engloba milhões de pessoas. Infelizmente, mais da metade dos membros desta diáspora são apátridas, o que significa que não possuem cidadania em nenhum país, uma realidade que sublinha as complexas implicações de sua situação histórica e política.

A Evolução da Identidade Nacional Palestina

A questão da identidade nacional palestina é um tema de debate e estudo entre os acadêmicos, refletindo uma história rica e complexa de autodefinição. Antes da Primeira Guerra Mundial, embora a referência a "palestino" no sentido nacionalista já fosse utilizada por alguns árabes da região no final do século XIX, era de forma limitada.

Consolidação sob o Mandato Britânico

O início do século XX, especialmente o período pós-Primeira Guerra Mundial, marcou um ponto de viragem crucial. Em 1919, cristãos e muçulmanos palestinos constituíam aproximadamente 90% da população da Palestina. A terceira onda de imigração judaica, que ocorreu sob a Autoridade Mandatária Britânica, foi um catalisador significativo. A oposição a essa imigração estimulou a consolidação de uma identidade nacional unificada. Apesar das fragmentações internas baseadas em questões regionais, de classe, religiosas e familiares, a experiência comum sob o Mandato Britânico, que introduziu uma cidadania palestina comum, ajudou a solidificar essa identidade coletiva.

Pós-1948 e a Aspiração por um Estado

Após a criação do Estado de Israel em 1948 e o subsequente êxodo – conhecido pelos palestinos como a Nakba ou "Catástrofe" – e, ainda mais intensamente, após o êxodo de 1967 (a Naksa ou "Revés"), o termo "palestino" assumiu um significado mais profundo. Passou a incorporar um sentido de futuro compartilhado, pautado pelas aspirações por um estado palestino soberano, mesmo que em um território significativamente reduzido em comparação com a Palestina histórica. A identidade palestina hoje abraça uma tapeçaria de heranças que perpassam todas as idades, desde os tempos bíblicos até o período otomano, unindo um povo através de uma narrativa histórica e cultural compartilhada.

Representação Política e Reconhecimento Internacional

Organização para a Libertação da Palestina (OLP)

Fundada em 1964, a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) é a principal entidade guarda-chuva que congrega diversos grupos políticos palestinos. Ela atua como a representante oficial do povo palestino perante os estados internacionais e organizações multilaterais, buscando promover os direitos e aspirações nacionais do povo palestino, incluindo o direito à autodeterminação e a um estado independente.

Autoridade Nacional Palestina (ANP)

A Autoridade Nacional Palestina (ANP) foi estabelecida em 1994, como resultado direto dos Acordos de Oslo entre a OLP e Israel. Trata-se de um órgão administrativo provisório, nominalmente encarregado da governança em centros populacionais palestinos na Cisjordânia e na Faixa de Gaza. Embora sua autoridade seja limitada e sua formação seja interina, a ANP desempenha um papel crucial na administração dos assuntos civis diários de milhões de palestinos.

Dia Internacional de Solidariedade

Desde 1978, as Nações Unidas observam anualmente o Dia Internacional de Solidariedade com o Povo Palestino em 29 de novembro. Esta data serve para recordar a resolução da Assembleia Geral da ONU de 1947 que propôs a partição da Palestina, e para reafirmar o apoio da comunidade internacional ao exercício inalienável dos direitos do povo palestino, incluindo o direito à autodeterminação e à criação de um estado próprio.

Desafios e Impacto Humano: A Questão dos Refugiados e Perdas Materiais

A situação dos refugiados é um aspecto central da experiência palestina contemporânea. De acordo com estimativas de Perry Anderson, aproximadamente metade da população que vive nos territórios palestinos atuais são refugiados. A questão das perdas de propriedade também é um ponto de grande impacto. Coletivamente, estima-se que os palestinos tenham sofrido cerca de US$ 300 bilhões em perdas de propriedade devido a confiscos israelenses, calculados a preços de 2008-2009. Estes números sublinham o profundo e duradouro impacto dos conflitos e deslocamentos na vida e no patrimônio do povo palestino.

Perguntas Frequentes (FAQs)

Quem são os palestinos?
Os palestinos são um grupo etnonacional descendente de povos que habitaram a região da Palestina por milênios. Atualmente, são cultural e linguisticamente árabes, com uma identidade forjada por uma história rica e desafiadora, abrangendo desde tempos bíblicos até o período otomano.
Onde a maioria dos palestinos vive atualmente?
Apesar de deslocamentos históricos, cerca de metade da população palestina ainda reside nos territórios da Palestina Mandatária, que hoje incluem a Cisjordânia, a Faixa de Gaza e Israel. Uma grande parcela também vive na diáspora, especialmente na Jordânia, Síria, Líbano e até no Chile.
O que é a diáspora palestina?
A diáspora palestina refere-se à vasta população de palestinos que vive fora da Palestina histórica. Muitos desses indivíduos, em países como Jordânia, Síria, Líbano e Chile, são apátridas, ou seja, não possuem cidadania em nenhum país, uma situação que reflete a complexidade de sua história de deslocamento.
Como a identidade nacional palestina se formou?
A identidade nacional palestina começou a se consolidar no final do século XIX e início do século XX. Foi fortemente influenciada pelo Mandato Britânico, que unificou diversas comunidades sob uma cidadania comum, e, mais tarde, pelos exodos de 1948 e 1967, que geraram um senso de destino compartilhado e a aspiração por um estado próprio.
Quais são as principais organizações políticas que representam os palestinos?
As duas principais organizações são a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), fundada em 1964 como a representante do povo palestino em nível internacional, e a Autoridade Nacional Palestina (ANP), estabelecida em 1994 pelos Acordos de Oslo para administrar os assuntos civis nas áreas palestinas da Cisjordânia e Faixa de Gaza.
Qual é a situação dos refugiados palestinos?
Aproximadamente metade da população nos territórios palestinos atuais são refugiados, e milhões de outros vivem em campos de refugiados e comunidades em países vizinhos e ao redor do mundo. A situação é agravada pelas significativas perdas de propriedade e a falta de cidadania para muitos, destacando a necessidade de soluções duradouras.