Princesa Margaret, Condessa de Snowdon (n. 1930)
A Princesa Margaret, Condessa de Snowdon, nascida Margaret Rose em 21 de agosto de 1930, foi uma figura marcante na história da monarquia britânica do século XX. Como a filha mais nova do Rei George VI e da Rainha Elizabeth (mais tarde conhecida como Rainha Mãe), e a única irmã da Rainha Elizabeth II, Margaret ocupou um lugar único e frequentemente desafiador dentro da família real britânica. Sua vida, embora profundamente enraizada na tradição real, foi também marcada por um desejo de modernidade e uma personalidade vibrante que a distinguia.
Primeiros Anos e o Impacto da Abdicação
Margaret desfrutou de uma infância relativamente protegida ao lado de seus pais e sua irmã mais velha, Elizabeth. No entanto, o curso de sua vida mudou dramaticamente quando ela tinha apenas seis anos. Em 1936, seu tio paterno, o Rei Eduardo VIII, abdicou do trono para se casar com a socialite americana Wallis Simpson, uma mulher divorciada. Este evento sísmico na história britânica catapultou o pai de Margaret, Albert, de Duque de York a Rei George VI, alterando drasticamente o destino de sua família. Consequentemente, sua irmã Elizabeth tornou-se a herdeira presuntiva, enquanto Margaret, de repente, encontrou-se em segundo lugar na linha de sucessão ao trono. Essa posição, no entanto, diminuiria naturalmente com o nascimento dos filhos e netos de Elizabeth nas décadas seguintes, relegando-a progressivamente a um papel menos central na hierarquia sucessória, mas nunca na atenção pública.
Durante a Segunda Guerra Mundial, as duas irmãs permaneceram no Castelo de Windsor, apesar das considerações de evacuá-las para o Canadá. A decisão de mantê-las em solo britânico foi um gesto poderoso de solidariedade com a nação. Naquela época, Margaret era considerada jovem demais para assumir quaisquer deveres oficiais, tendo nove anos quando a guerra começou e completando 15 logo após o término das hostilidades, dedicando-se à sua educação e crescendo em um mundo em conflito.
A Era de Socialite e o Romance Proibido
A partir da década de 1950, a Princesa Margaret emergiu como uma das socialites mais célebres do mundo, cativando a imprensa e o público com seu estilo de vida glamoroso e uma personalidade carismática e, por vezes, tempestuosa. Ela se tornou um ícone de moda e uma figura proeminente na cena social londrina, conhecida por seu gosto pela arte, música e teatro, e por sua companhia espirituosa.
Foi nessa época que seu romance mais notório e controverso floresceu. Como uma jovem adulta no início dos anos 1950, ela se apaixonou profundamente pelo Capitão do Grupo Peter Townsend, um herói de guerra da Royal Air Force e ex-equerry de seu pai. A situação complicou-se dramaticamente em 1952, com a morte de seu pai e a ascensão de sua irmã ao trono como Rainha Elizabeth II. No ano seguinte, Townsend se divorciou de sua esposa, Rosemary, e propôs casamento a Margaret. No entanto, a perspectiva de a irmã da Rainha se casar com um homem divorciado gerou uma crise constitucional e moral. O governo britânico, liderado por Winston Churchill e, posteriormente, por Anthony Eden, acreditava que tal união seria inadequada para a jovem princesa de 22 anos. A Igreja da Inglaterra, da qual o monarca é o Chefe Supremo, recusou-se veementemente a aprovar o casamento com um homem divorciado enquanto seu ex-cônjuge ainda estivesse vivo. Enfrentando a difícil escolha entre seu amor e seus deveres reais – que exigiria renunciar aos seus direitos e rendimentos reais para se casar com Townsend – Margaret, com o coração partido, finalmente anunciou publicamente que não se casaria com ele, priorizando seus deveres para com a Commonwealth. Esta decisão, tomada sob imensa pressão, ressoou profundamente no público e na própria princesa.
Casamento, Família e Divórcio
Após a dolorosa separação de Peter Townsend, a Princesa Margaret, em um movimento que foi considerado surpreendentemente moderno para a época, casou-se com o fotógrafo Antony Armstrong-Jones em 1960. O casamento, realizado na Abadia de Westminster, foi o primeiro de uma irmã do soberano britânico em 450 anos a ser amplamente televisionado. Em reconhecimento ao seu novo status, a Rainha concedeu a Armstrong-Jones o título de Conde de Snowdon. O casal teve dois filhos, David, o Visconde Linley (nascido em 1961), e Lady Sarah Armstrong-Jones (nascida em 1964). No entanto, a união de Margaret e Antony, embora inicialmente parecesse um conto de fadas moderno, foi tempestuosa. Em 1978, após anos de especulação pública e crescentes tensões, eles se divorciaram. Este foi o primeiro divórcio de um membro da família real britânica tão próximo do trono em séculos, gerando uma vasta publicidade negativa e alimentando ainda mais a fascinação da mídia pela vida privada de Margaret. A Princesa Margaret nunca mais se casou.
Últimos Anos e Legado
A Princesa Margaret era, para muitos, um membro controverso da família real. Sua vida privada, incluindo o divórcio e os romances subsequentes, foi objeto de intensa especulação e escrutínio constante pela mídia e por observadores reais, que frequentemente a retratavam como uma figura trágica ou rebelde. Sua saúde, infelizmente, deteriorou-se gradualmente nas últimas duas décadas de sua vida. Uma fumante inveterada durante a maior parte de sua vida adulta, ela passou por uma operação pulmonar em 1985, sofreu um surto de pneumonia em 1993 e, tragicamente, teve pelo menos três derrames entre 1998 e 2001, que a deixaram com sérias limitações físicas. A Princesa Margaret faleceu em Londres em 9 de fevereiro de 2002, aos 71 anos, após sofrer um quarto e fatal derrame. Sua morte ocorreu apenas sete semanas antes do falecimento de sua mãe, a Rainha Elizabeth, a Rainha Mãe. Margaret é lembrada como uma figura complexa: uma princesa com um toque boêmio, uma ícone de estilo, e uma mulher que lutou para equilibrar as expectativas reais com seus próprios desejos pessoais, deixando um legado duradouro de glamour, tragédia e uma personalidade inesquecível.
Perguntas Frequentes (FAQs)
- Quem foi a Princesa Margaret?
- A Princesa Margaret, Condessa de Snowdon, foi a filha mais nova do Rei George VI e da Rainha Elizabeth, e a única irmã da Rainha Elizabeth II. Ela era uma figura proeminente e glamorosa da monarquia britânica do século XX.
- Qual foi o principal escândalo envolvendo a Princesa Margaret?
- O romance proibido com o Capitão do Grupo Peter Townsend no início dos anos 1950 foi o principal "escândalo". O casamento foi vetado pelo governo e pela Igreja da Inglaterra devido ao status de Townsend como divorciado, levando a Margaret a renunciar ao casamento em favor de seus deveres reais.
- Por que a Princesa Margaret não se casou com Peter Townsend?
- Ela não se casou com Peter Townsend porque ele era um homem divorciado e a Igreja da Inglaterra, da qual o monarca é o chefe, proibia o casamento com divorciados. Para se casar com ele, Margaret teria que renunciar aos seus direitos e rendimentos reais, uma decisão que ela finalmente escolheu não tomar após intensa pressão e consideração.
- A Princesa Margaret teve filhos?
- Sim, a Princesa Margaret teve dois filhos com seu marido, Antony Armstrong-Jones, o Conde de Snowdon: David Armstrong-Jones, o Visconde Linley (nascido em 1961), e Lady Sarah Armstrong-Jones (nascida em 1964).
- Quando e como a Princesa Margaret morreu?
- A Princesa Margaret faleceu em Londres em 9 de fevereiro de 2002, aos 71 anos. Sua morte foi causada por um quarto e último derrame, após anos de problemas de saúde relacionados ao tabagismo, incluindo uma operação pulmonar e derrames anteriores.
- Qual o papel da Princesa Margaret na linha de sucessão?
- Após a abdicação de seu tio, Eduardo VIII, Margaret tornou-se a segunda na linha de sucessão ao trono britânico, atrás de sua irmã, a Princesa Elizabeth. No entanto, sua posição diminuiu progressivamente com o nascimento dos filhos e netos de Elizabeth, embora ela sempre mantivesse um lugar na linha de sucessão como descendente direta do monarca.