O sistema de classificação de filmes da Motion Picture Association of America é oficialmente introduzido, originando-se nas classificações G, M, R e X.

A Motion Picture Association (MPA): Guardiã da Indústria e do Conteúdo Cinematográfico

A Motion Picture Association (MPA), uma influente associação comercial americana, desempenha um papel central na indústria cinematográfica dos Estados Unidos. Ela representa os interesses dos cinco maiores estúdios de cinema do país, nomes icónicos que moldaram a sétima arte, bem como o serviço de streaming de vídeo global Netflix, uma força relativamente nova, mas poderosa, no panorama do entretenimento. Desde a sua fundação, a MPA tem sido uma voz unificada para a indústria, adaptando-se às mudanças tecnológicas e culturais ao longo de quase um século.

Uma História de Adaptação e Impacto

Fundada em 1922, a associação teve a sua origem como Motion Picture Producers and Distributors of America (MPPDA). Naquela época, a indústria cinematográfica americana estava a crescer exponencialmente, mas enfrentava desafios significativos, incluindo escândalos morais e pressões para a censura governamental. O seu objetivo primordial era, portanto, salvaguardar a viabilidade e a reputação da emergente indústria cinematográfica americana, promovendo um código de conduta e evitando a intervenção estatal.

Ao longo das décadas, a organização passou por importantes transformações, incluindo uma mudança de nome para Motion Picture Association of America (MPAA) em 1945, designação que manteve até setembro de 2019, quando reverteu para a sua atual forma abreviada, Motion Picture Association (MPA). Estas mudanças refletem a evolução da própria indústria e a necessidade de se manter relevante num cenário em constante mutação.

O Legado dos Códigos de Conteúdo: Do Hays ao CARA

Uma das suas contribuições mais notáveis para a história do cinema foi o estabelecimento de diretrizes rigorosas para o conteúdo dos filmes. Em 1930, estas diretrizes culminaram na criação do infame Código de Produção Cinematográfica, mais conhecido como Código Hays. Este código, em vigor por décadas, ditava o que era moralmente aceitável ou não ser retratado nas telas, influenciando profundamente a narrativa, a moralidade e a criatividade de Hollywood. Era uma forma de autocensura da indústria para evitar a censura governamental, num período de grande puritanismo social.

No entanto, à medida que a sociedade americana evoluía e as sensibilidades mudavam, a rigidez do Código Hays tornou-se insustentável. Em 1968, num marco que redefiniu a relação entre o cinema e o público, o Código Hays foi substituído por um sistema voluntário de classificação de filmes. Este novo sistema, mais flexível e focado na orientação parental, é administrado pela Classification & Ratings Administration (CARA), uma divisão independente da MPA.

O Sistema de Classificação de Filmes da MPA: Um Guia para o Público

O sistema de classificação de filmes da Motion Picture Association é amplamente utilizado nos Estados Unidos e seus territórios, servindo como uma ferramenta essencial para ajudar os espectadores a determinar a adequação de um filme com base em seu conteúdo. Desde a sua introdução em 1968, o sistema tem sido um baluarte para os pais, oferecendo um guia claro sobre quais filmes são apropriados para seus filhos, diferentemente do Código Hays, que visava prescrever o que os produtores podiam ou não mostrar.

É crucial notar que o sistema de classificação da MPA é um esquema estritamente voluntário e não imposto por lei. Isso significa que os cineastas e estúdios não são legalmente obrigados a submeter seus filmes para classificação. Embora os filmes possam, de fato, ser exibidos sem classificação, a realidade prática é que a vasta maioria dos cinemas se recusa a exibir filmes que não foram classificados ou que receberam a classificação NC-17 (Proibido para menores de 17 anos), devido à sua restrição de público. Além disso, mesmo produtores e estúdios que não são membros da MPA têm a liberdade de enviar seus filmes para o processo de classificação, garantindo uma cobertura abrangente do mercado.

É importante ressaltar que a atuação da MPA e da CARA é exclusiva para filmes. Outras formas de mídia, como programas de televisão, música e videogames, são avaliadas por entidades distintas, como as TV Parental Guidelines, a Recording Industry Association of America (RIAA) e o Entertainment Software Rating Board (ESRB), respetivamente. Cada uma destas organizações desenvolve e aplica os seus próprios critérios de classificação, adaptados às especificidades do seu meio.

A Missão Contemporânea da MPA: Defesa e Inovação

Mais recentemente, a missão da MPA expandiu-se para uma defesa ativa da indústria cinematográfica e televisiva no cenário digital global. Os seus objetivos centrais incluem a promoção da proteção efetiva de direitos autorais, um esforço incansável para reduzir a pirataria digital – que representa uma ameaça significativa à sustentabilidade criativa e económica da indústria – e a expansão do acesso ao mercado para as obras protegidas. A MPA tem estado na vanguarda da luta contra a violação de direitos autorais, com iniciativas que visam combater o compartilhamento ilegal de conteúdo através de redes ponto a ponto e sites de streaming piratas, garantindo que os criadores sejam recompensados pelo seu trabalho.

Atualmente, a organização é liderada pelo ex-embaixador dos Estados Unidos na França, Charles Rivkin, que atua como presidente e CEO. Sob sua liderança, a MPA continua a navegar os complexos desafios de uma indústria em constante evolução, desde a produção e distribuição até a proteção e monetização de conteúdo em escala global.

Perguntas Frequentes (FAQs) sobre a Motion Picture Association (MPA)

O que é a Motion Picture Association (MPA)?
A MPA é uma associação comercial americana que representa os cinco maiores estúdios de cinema dos EUA e o serviço de streaming Netflix. Atua como defensora da indústria, promovendo a proteção de direitos autorais e administrando o sistema de classificação de filmes.
Quando e por que a MPA foi fundada?
Fundada em 1922 como MPPDA (Motion Picture Producers and Distributors of America), o seu objetivo original era garantir a viabilidade da indústria cinematográfica americana, enfrentando pressões morais e evitando a censura governamental através da autocensura e da promoção de padrões de conduta.
O que foi o Código Hays e qual a sua importância?
O Código Hays (oficialmente Código de Produção Cinematográfica de 1930) foi um conjunto de diretrizes rigorosas estabelecidas pela MPA (então MPPDA) que ditava o que podia ou não ser retratado nos filmes de Hollywood. Foi crucial para a autocensura da indústria, influenciando o conteúdo cinematográfico por décadas antes de ser substituído em 1968.
Como funciona o sistema de classificação de filmes da MPA?
O sistema, administrado pela Classification & Ratings Administration (CARA), é um esquema voluntário que avalia a adequação de um filme para diferentes públicos com base no seu conteúdo. As classificações (G, PG, PG-13, R, NC-17) ajudam os pais a tomar decisões informadas, e embora não seja obrigatório por lei, a maioria dos cinemas só exibe filmes classificados.
O sistema de classificação da MPA é obrigatório?
Não, o sistema é estritamente voluntário. No entanto, na prática, a maioria dos cinemas nos EUA se recusa a exibir filmes sem classificação ou aqueles com a classificação mais restritiva (NC-17), tornando a classificação quase essencial para a distribuição ampla de um filme.
Qual é a diferença entre a MPA e a CARA?
A MPA é a associação comercial maior, que representa os estúdios e Netflix e defende a indústria. A CARA (Classification & Ratings Administration) é uma divisão independente dentro da MPA que é especificamente responsável por administrar e aplicar o sistema de classificação de filmes.
Quais são as prioridades atuais da MPA?
Atualmente, a MPA foca na defesa da indústria cinematográfica e televisiva, na promoção da proteção efetiva de direitos autorais, na redução da pirataria digital (combate ao compartilhamento ilegal e sites piratas) e na expansão do acesso ao mercado global para o conteúdo de seus membros.
A MPA classifica programas de TV ou videogames?
Não. O sistema de classificação da MPA é exclusivo para filmes. Programas de televisão são avaliados pelas TV Parental Guidelines, música pela RIAA (Recording Industry Association of America) e videogames pelo ESRB (Entertainment Software Rating Board).