O Dia da Independência Marroquina, celebrado anualmente em 18 de novembro, é muito mais do que um simples feriado nacional; é um pilar fundamental da identidade e da soberania do Reino de Marrocos. Esta data solene marca o fim de um período desafiador de ocupação estrangeira e o início glorioso de uma nação independente em 1956, consolidando a autodeterminação marroquina após décadas de luta.
A história que culmina nesta celebração remonta ao Tratado de Fez, assinado em 30 de março de 1912, que estabeleceu o Protetorado Francês sobre Marrocos. Durante mais de quatro décadas, o país esteve sob administração francesa, com uma zona espanhola no norte e uma zona internacional em Tânger. No entanto, o espírito de resistência e o anseio pela autodeterminação nunca se extinguiram. Movimentos nacionalistas floresceram, impulsionados pelo desejo inabalável de recuperar a plena soberania e a rica herança cultural e histórica milenar de Marrocos.
A figura central nesta luta pela independência foi Sultan Mohammed V, avô do atual Rei Mohammed VI. Mohammed V tornou-se um símbolo vivaz da resistência e da unidade nacional, mobilizando o povo marroquino em torno da causa da liberdade. A sua firmeza em defender a independência e a integridade territorial marroquina levou ao seu exílio, imposto pelas autoridades francesas, primeiro para a Córsega em 1953 e depois para Madagáscar. Esta medida, contudo, longe de esmagar o movimento independentista, apenas o fortaleceu, galvanizando ainda mais o povo marroquino em torno do seu soberano e da sua missão.
A pressão popular e internacional, conjugada com a determinação inabalável do Sultan Mohammed V, levou ao seu triunfante e emotivo regresso a Marrocos em 16 de novembro de 1955. Este evento, por si só, é um marco de profunda emoção e significado para o povo marroquino, pois sinalizou o iminente e inevitável fim da era do protetorado.
Apenas dois dias após o seu regresso, em 18 de novembro de 1955, o Sultan Mohammed V proferiu um discurso histórico, no qual anunciou formalmente o fim do Protetorado Francês e o início das negociações para a independência plena de Marrocos. Embora a independência formal tenha sido progressivamente reconhecida em 1956 (com a França a reconhecer a independência em 2 de março de 1956 e a Espanha em 7 de abril de 1956, e o fim do estatuto internacional de Tânger em outubro do mesmo ano), o 18 de novembro foi escolhido como a data para comemorar o início decisivo do processo de soberania, marcando o retorno do rei e o discurso profético que selou o destino de Marrocos como nação livre e soberana.
Como Marrocos Celebra a sua Independência?
O Dia da Independência é celebrado em todo o Reino com grande pompa, patriotismo e orgulho nacional. As cidades são vibrantemente adornadas com as cores da bandeira nacional – o intenso vermelho com a estrela pentagrama verde no centro, um símbolo de sabedoria e paz – e retratos majestosos do Rei. Desfiles militares grandiosos são realizados, especialmente na capital, Rabat, demonstrando a força, a disciplina e a unidade das Forças Armadas Reais. Escolas, universidades, e instituições públicas e privadas organizam eventos culturais e educativos que recontam a história da luta pela liberdade, incutindo nos mais jovens o valor inestimável da soberania nacional e o sacrifício daqueles que a conquistaram.
Discursos oficiais são proferidos por Sua Majestade o Rei, reforçando os princípios de unidade, progresso e a contínua ambição de Marrocos em fortalecer a sua posição no cenário global como um estado estável e inovador. É um dia de profunda reflexão sobre o passado heroico e de projeção para o futuro promissor, sublinhando a resiliência inabalável e a determinação do povo marroquino em construir uma nação cada vez mais próspera, justa e vanguardista.
Perguntas Frequentes sobre o Dia da Independência Marroquina
- Quando é celebrado o Dia da Independência de Marrocos?
- O Dia da Independência de Marrocos é um feriado nacional celebrado anualmente em 18 de novembro.
- O que o Dia da Independência Marroquina comemora?
- Esta data comemora o fim do Protetorado Francês e o início da soberania de Marrocos em 1956, simbolizado pelo regresso triunfante do Sultan Mohammed V do exílio em novembro de 1955 e o seu subsequente discurso histórico de 18 de novembro de 1955 que declarou o caminho para a independência.
- Qual foi o papel do Sultan Mohammed V na independência de Marrocos?
- Sultan Mohammed V foi a figura central e o símbolo da luta pela independência marroquina. O seu exílio imposto pela França e o seu posterior e muito aguardado regresso a Marrocos galvanizaram o movimento nacionalista e foram momentos cruciais para a obtenção da soberania plena do país.
- Marrocos foi ocupado por mais de um país antes da independência?
- Sim, embora o foco principal seja o Protetorado Francês, partes de Marrocos estiveram sob Protetorado Espanhol (no norte) e a cidade de Tânger funcionava como uma zona internacional antes da independência plena e da reunificação do território marroquino.