A Segunda Guerra Mundial, frequentemente referida pelas siglas Segunda Guerra Mundial ou 2ª GM, representou o conflito mais abrangente e devastador da história da humanidade. Estendendo-se por seis anos, de 1939 a 1945, esta guerra global mobilizou a vasta maioria dos países do mundo, incluindo todas as grandes potências da época. Estes formaram duas colossais alianças militares antagónicas: os Aliados e as Potências do Eixo.

Caracterizada como uma guerra total, a Segunda Guerra Mundial envolveu diretamente mais de 100 milhões de pessoas, provenientes de mais de 30 nações. Os seus principais intervenientes direcionaram todas as suas capacidades económicas, industriais e científicas para o esforço de guerra, uma dedicação que dissipou as fronteiras tradicionais entre os recursos civis e militares. A aviação desempenhou um papel crucial, não só facilitando o bombardeamento estratégico de centros populacionais e infraestruturas vitais, mas também culminando nos dois únicos usos de armas nucleares em combate na história, sobre as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki.

O custo humano da Segunda Guerra Mundial foi sem precedentes. Com um número estimado entre 70 a 85 milhões de mortes, a maioria das quais civis, o conflito figura como o mais letal de todos os tempos. Milhões pereceram em consequência de genocídios sistemáticos, destacando-se o Holocausto contra os judeus europeus e outras minorias, bem como devido à fome generalizada, massacres brutais e doenças. No rescaldo da derrota do Eixo, a Alemanha e o Japão foram ocupados pelas potências vitoriosas, e tribunais de crimes de guerra foram estabelecidos para julgar os líderes responsáveis pelas atrocidades cometidas durante o conflito.

As Origens e o Início do Conflito

As causas exatas da Segunda Guerra Mundial são complexas e multifacetadas, sendo ainda objeto de debate entre historiadores. Contudo, uma série de fatores contribuintes é amplamente reconhecida. Entre eles, destacam-se a agressão expansionista da Itália na Segunda Guerra Ítalo-Etíope, a polarização ideológica da Guerra Civil Espanhola, a crescente beligerância do Japão na Segunda Guerra Sino-Japonesa, os conflitos fronteiriços soviético-japoneses e um clima de crescentes tensões políticas e económicas na Europa que persistiam desde o fim da Primeira Guerra Mundial. O Tratado de Versalhes, com as suas duras imposições à Alemanha, e a ascensão de regimes totalitários como o Nazismo na Alemanha e o Fascismo na Itália, criaram um terreno fértil para novos conflitos.

A eclosão da guerra é geralmente datada de 1 de setembro de 1939, quando a Alemanha Nazista, sob a liderança de Adolf Hitler, invadiu a Polónia. Dois dias depois, em 3 de setembro, o Reino Unido e a França declararam guerra à Alemanha, marcando o início formal do conflito na Europa. Pouco antes da invasão, em agosto de 1939, a Alemanha e a União Soviética haviam assinado o Pacto Molotov-Ribbentrop, um acordo de não agressão que incluía protocolos secretos para a divisão da Polónia e a demarcação das suas "esferas de influência" em países como Finlândia, Estónia, Letónia, Lituânia e Roménia.

A Expansão do Eixo e a Virada da Guerra

Desde o final de 1939 até o início de 1941, através de uma série de campanhas militares rápidas e acordos políticos, a Alemanha conseguiu conquistar ou exercer controlo sobre grande parte da Europa continental. Durante este período, formou a aliança do Eixo com a Itália e o Japão, aos quais se juntariam outros países posteriormente. Após o início de campanhas no Norte e Leste de África, e a surpreendente queda da França em meados de 1940, o conflito continuou principalmente entre as potências europeias do Eixo e o Império Britânico. Esta fase incluiu batalhas cruciais como a campanha dos Balcãs, a Batalha da Grã-Bretanha nos céus, os bombardeamentos incessantes da Blitz sobre o Reino Unido e a prolongada Batalha do Atlântico pelo controlo das rotas marítimas vitais.

Um dos momentos mais dramáticos e decisivos ocorreu em 22 de junho de 1941, quando a Alemanha, liderando as potências europeias do Eixo, lançou uma vasta invasão da União Soviética. Esta ofensiva abriu a Frente Oriental, que se tornaria o maior e mais brutal teatro de guerra terrestre da história, caracterizado por combates ferozes e perdas humanas colossais.

No Pacífico, o Japão, que nutria ambições de dominar a Ásia e a região do Pacífico, já estava em guerra com a República da China desde 1937. Em dezembro de 1941, as ações japonesas intensificaram-se drasticamente com ataques quase simultâneos a territórios americanos e britânicos em todo o Sudeste Asiático e Pacífico Central. O ataque surpresa à Frota dos EUA em Pearl Harbor, no Havai, em 7 de dezembro de 1941, impulsionou os Estados Unidos a declarar guerra ao Japão. Em solidariedade, as potências europeias do Eixo declararam então guerra aos Estados Unidos, transformando o conflito verdadeiramente numa guerra global.

Inicialmente, o Japão capturou vastas extensões do Pacífico ocidental, mas o seu avanço foi travado em 1942, após a crítica derrota na Batalha de Midway, um ponto de viragem fundamental na guerra naval do Pacífico. Na Europa e Norte de África, a maré também começou a mudar: a Alemanha e a Itália sofreram derrotas significativas no Norte de África e, crucialmente, na Batalha de Estalinegrado, na União Soviética, que marcou o início da retirada alemã da Frente Oriental. Em 1943, uma série de reveses para as potências do Eixo – incluindo múltiplas derrotas alemãs na Frente Oriental, as invasões aliadas da Sicília e do continente italiano, e ofensivas aliadas no Pacífico – custaram-lhes a iniciativa estratégica, forçando-as a uma retirada defensiva em todas as frentes.

O Avanço Aliado e o Fim da Guerra

Em 1944, a pressão aliada tornou-se implacável. No Ocidente, os Aliados ocidentais desembarcaram na França ocupada pelos alemães no Dia D, abrindo uma nova frente. Simultaneamente, a União Soviética não só recuperou as suas perdas territoriais como avançou decisivamente em direção à Alemanha e aos seus aliados. No Pacífico, durante 1944 e 1945, o Japão sofreu sérios reveses na Ásia continental, enquanto os Aliados desmantelavam a Marinha Japonesa e capturavam ilhas estratégicas no Pacífico ocidental, aproximando-se cada vez mais do arquipélago japonês.

A guerra na Europa culminou com a libertação dos territórios ocupados pelos alemães e a invasão da própria Alemanha pelas forças aliadas ocidentais e pela União Soviética. A queda de Berlim para as tropas soviéticas, o suicídio de Adolf Hitler e a rendição incondicional alemã em 8 de maio de 1945, assinalaram o fim do conflito europeu, um dia celebrado como o Dia da Vitória na Europa (V-E Day).

No Pacífico, no entanto, a luta continuou. Após a Declaração de Potsdam, emitida pelos Aliados em 26 de julho de 1945, exigindo a rendição incondicional do Japão, e a recusa deste em aceitar os termos, os Estados Unidos tomaram a drástica decisão de usar armas atómicas. Lançaram as primeiras bombas sobre as cidades japonesas de Hiroshima, em 6 de agosto, e Nagasaki, em 9 de agosto. Perante a ameaça iminente de uma invasão do arquipélago japonês, a possibilidade de novos bombardeamentos atómicos e a declaração de guerra da União Soviética ao Japão, que invadiu a Manchúria, o Imperador Hirohito anunciou a intenção de rendição do Japão a 15 de agosto. A assinatura formal do documento de rendição a 2 de setembro de 1945, a bordo do navio de guerra USS Missouri, selou a vitória total dos Aliados e o fim definitivo da Segunda Guerra Mundial.

As Consequências Duradouras da Segunda Guerra Mundial

A Segunda Guerra Mundial não apenas redefiniu as fronteiras geográficas, mas também alterou profundamente o alinhamento político e a estrutura social do globo. No seu rescaldo, foi criada a Organização das Nações Unidas (ONU) com o objetivo primordial de fomentar a cooperação internacional e prevenir futuros conflitos. As principais potências vitoriosas – China, França, União Soviética, Reino Unido e Estados Unidos – tornaram-se membros permanentes do seu Conselho de Segurança, refletindo a nova ordem mundial.

A guerra também assistiu à ascensão da União Soviética e dos Estados Unidos como superpotências rivais, cujas ideologias e ambições opostas pavimentaram o caminho para a Guerra Fria, um período de quase meio século de tensão geopolítica e corrida armamentista. Na esteira da devastação europeia, a influência das suas antigas grandes potências diminuiu significativamente, acelerando o processo de descolonização na África e na Ásia, onde movimentos nacionalistas ganharam força. A maioria dos países cujas indústrias foram severamente danificadas embarcou em processos intensos de recuperação e expansão económica. A integração política e económica, especialmente na Europa, começou a ser vista como um caminho essencial para prevenir futuras hostilidades, superar inimizades históricas e forjar um sentido de identidade e destino comum, culminando em projetos como a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço, precursora da União Europeia.

O Massacre de Beisfjord: Um Episódio Sombrio da Ocupação

Em meio à brutalidade da Segunda Guerra Mundial, ocorreram incontáveis atos de violência e atrocidade. Um desses eventos sombrios foi o Massacre de Beisfjord (em norueguês: Beisfjord-massakren), que se desenrolou a 18 de julho de 1942. Este massacre teve lugar no Campo de Beisfjord N.º 1 (em alemão: Lager I Beisfjord; em norueguês: Beisfjord fangeleir), localizado em Beisfjord, na Noruega ocupada pelos nazistas.

Neste dia trágico, 288 prisioneiros políticos foram brutalmente assassinados. A ordem para o massacre havia sido emitida dias antes por Josef Terboven, o Reichskommissar (Comissário do Reich) da Noruega ocupada, que detinha o poder supremo sobre a administração civil e militar no país. Este evento é um testemunho da repressão e violência exercidas pelas forças de ocupação nazistas contra aqueles que se opunham ao seu regime.

Perguntas Frequentes (FAQs)

Quais foram as principais causas da Segunda Guerra Mundial?

As causas foram multifacetadas, incluindo a agressão expansionista de potências como a Alemanha Nazista, a Itália Fascista e o Japão Imperial, impulsionadas por ideologias totalitárias e ambições territoriais. Fatores como as consequências do Tratado de Versalhes após a Primeira Guerra Mundial, o fracasso da política de apaziguamento e conflitos regionais pré-existentes (como a Guerra Civil Espanhola e a Segunda Guerra Sino-Japonesa) também desempenharam um papel crucial.

Quem eram os principais beligerantes e quais alianças formaram?

Os principais beligerantes dividiram-se em duas grandes alianças: os Aliados (liderados inicialmente pelo Reino Unido e França, aos quais se juntaram posteriormente a União Soviética, os Estados Unidos e a China) e as Potências do Eixo (lideradas pela Alemanha Nazista, Itália Fascista e Império do Japão).

Como a Segunda Guerra Mundial chegou ao fim?

Na Europa, a guerra terminou com a invasão da Alemanha pelas forças aliadas e soviéticas, culminando com a queda de Berlim e a rendição incondicional alemã em 8 de maio de 1945. No Pacífico, a guerra estendeu-se até agosto de 1945, quando os Estados Unidos lançaram bombas atómicas sobre Hiroshima e Nagasaki. Perante esta devastação e a entrada da União Soviética na guerra contra o Japão, este último rendeu-se formalmente em 2 de setembro de 1945.

Quais foram as principais consequências da Segunda Guerra Mundial?

As consequências foram profundas: a morte de 70 a 85 milhões de pessoas, a criação da Organização das Nações Unidas (ONU), a ascensão dos Estados Unidos e da União Soviética como superpotências (dando início à Guerra Fria), a descolonização da África e da Ásia, e o início de processos de integração europeia para evitar futuros conflitos.

Qual foi a importância do ataque a Pearl Harbor?

O ataque japonês a Pearl Harbor em dezembro de 1941 foi um ponto de viragem, pois impulsionou os Estados Unidos, uma potência industrial e militar crucial, a entrar diretamente na Segunda Guerra Mundial, transformando o conflito verdadeiramente global.

O que foi o Massacre de Beisfjord?

O Massacre de Beisfjord foi um evento trágico ocorrido em 18 de julho de 1942, em Beisfjord, Noruega ocupada pelos nazistas. Cerca de 288 prisioneiros políticos foram assassinados por ordem de Josef Terboven, o Reichskommissar alemão na Noruega, ilustrando a brutalidade da ocupação.