O Savitri Brata é um dos mais reverenciados festivais observados pelas mulheres casadas hindus, especialmente proeminente no estado costeiro de Orissa (atual Odisha), na Índia. Este dia sagrado é uma profunda expressão de devoção e amor conjugal, onde as esposas dedicam suas orações e jejuns ao bem-estar e à longevidade de seus maridos, buscando para eles uma vida próspera, saudável e plena de bem-aventurança.

A Essência do "Brata" e a Lenda de Savitri

O termo "Brata" em sânscrito significa um voto ou uma observância ritualística, muitas vezes envolvendo jejum e disciplina. O Savitri Brata não é apenas um festival, mas uma poderosa manifestação de fé baseada na lendária história de Savitri e Satyavan do épico Mahabharata. A narrativa conta a saga da princesa Savitri, cuja inteligência, coragem e devoção inabalável a levaram a enfrentar Yama, o deus da morte, e a recuperar a vida de seu marido, Satyavan. Essa história ressoa profundamente com os ideais de fidelidade e força feminina, tornando Savitri um epítome da esposa ideal.

É uma celebração que transcende o mero ritual, simbolizando o poder do amor verdadeiro e a resiliência do espírito feminino. A observância ocorre anualmente no dia de Jyeshtha Amavasya (Lua Nova no mês de Jyeshtha), conforme o calendário hindu Purnimanta, geralmente caindo em maio ou junho do calendário gregoriano.

Rituais e Práticas Devocionais

Durante o Savitri Brata, as mulheres casadas seguem uma série de rituais com grande fervor. A preparação começa cedo, com banhos purificadores e a vestimenta de novas roupas tradicionais, muitas vezes em tons vibrantes. O aspecto central da observância é o jejum rigoroso, que pode variar de um jejum completo (Nirjala Vrata, sem água) até o consumo apenas de frutas e laticínios, mantido desde o amanhecer até o pôr do sol, ou até que a puja principal seja concluída.

• Puja e Oferendas: A adoração é dedicada principalmente à Deusa Savitri, juntamente com Yama Raj (o deus da morte) e, em alguns casos, Vishnu ou Shiva. As oferendas incluem frutas frescas – como manga, jaca, banana, e especialmente as sete variedades de grãos e frutas simbolizando prosperidade –, flores, folhas de Tulsi, sândalo, incenso e lamparinas a óleo (diyas).
• A Importância da Árvore Banyan: Um elemento crucial é a reverência à árvore Banyan (Vata Vriksha). De acordo com a lenda, foi sob uma árvore Banyan que Savitri conseguiu trazer Satyavan de volta à vida. As devotas circundam a árvore, atando fios de algodão ou seda ao seu redor enquanto recitam orações, simbolizando a ligação eterna do casamento e a busca pela longevidade de seus maridos.
• Recitação e Narração: A história de Savitri e Satyavan é recitada ou lida em grupos, relembrando a todos a devoção e a perseverança de Savitri.

Savitri Brata: Um Pilar Cultural e Espiritual

Além de seus rituais, o Savitri Brata reforça os valores culturais de lealdade conjugal, sacrifício e a importância da família na sociedade hindu. É um dia de introspecção e fortalecimento dos laços matrimoniais, onde o amor da esposa é visto como uma força capaz de superar até mesmo a morte. A energia comunitária observada durante este festival, com mulheres compartilhando suas preces e esperanças, é um testemunho da riqueza cultural e espiritual de Orissa e de outras regiões onde é celebrado.

Perguntas Frequentes sobre o Savitri Brata

O que é o Savitri Brata?

É um festival hindu observado por mulheres casadas, principalmente em Orissa, na Índia, para rezar pela longevidade, saúde e prosperidade de seus maridos, em homenagem à lendária Deusa Savitri.

Qual é a origem do Savitri Brata?

O festival é baseado na história mitológica de Savitri, que, com sua devoção inabalável, conseguiu persuadir Yama, o deus da morte, a devolver a vida ao seu marido, Satyavan, conforme narrado no épico Mahabharata.

Por que a árvore Banyan é importante no Savitri Brata?

A árvore Banyan (Vata Vriksha) é sagrada neste festival porque, segundo a lenda, foi sob uma dessas árvores que Savitri recuperou a vida de Satyavan. As devotas circundam a árvore e atam fios como um símbolo de longevidade e da união matrimonial duradoura.