Joan Fontaine, atriz britânica-americana (n. 1917)

Joan de Beauvoir de Havilland (22 de outubro de 1917 – 15 de dezembro de 2013), mundialmente reconhecida como Joan Fontaine, foi uma atriz anglo-americana cujo brilho ajudou a definir a "Era de Ouro" de Hollywood. Conhecida por sua beleza etérea e sua notável capacidade de incorporar heroínas vulneráveis e complexas, Fontaine construiu uma carreira prolífica que se estendeu por cinco décadas, participando em mais de 45 filmes. Além de seu legado cinematográfico, ela foi também a irmã mais nova de outra lenda de Hollywood, a atriz Olivia de Havilland, e a rivalidade entre as duas irmãs era uma das mais comentadas e documentadas na mídia durante o auge de suas carreiras, um tópico que cativava tanto os fãs quanto a imprensa da época.

A Ascensão de uma Estrela em Hollywood

A jornada cinematográfica de Joan Fontaine teve início em 1935, quando assinou um contrato com a RKO Pictures, um dos grandes estúdios daquele período. Inicialmente, seus papéis eram menores, mas a sua perseverança e talento logo se destacaram. Em 1937, ela conquistou seu primeiro papel de maior relevância em The Man Who Found Himself, um drama que começou a moldar sua presença na tela. Dois anos depois, sua atuação em Gunga Din (1939), uma aventura épica da selva, demonstrou sua versatilidade e a preparou para os desafios que viriam. Contudo, foi a sua colaboração com um dos maiores mestres do cinema que realmente catapultou sua carreira para o estrelato.

O Triunfo com Hitchcock e o Reconhecimento da Academia

As perspectivas de carreira de Joan Fontaine mudaram dramaticamente em 1940, quando ela assumiu o papel principal no aclamado filme de Alfred Hitchcock, Rebecca. Neste thriller psicológico gótico, Fontaine interpretou a ingênua e inexperiente "segunda Sra. de Winter", uma personagem que se sentia constantemente assombrada pela memória da primeira esposa do seu marido. Sua interpretação magistral lhe rendeu a primeira de suas três indicações ao Oscar de Melhor Atriz, marcando o início de uma frutífera, embora breve, parceria com o diretor. O reconhecimento máximo da Academia viria no ano seguinte, quando ela foi premiada com o Oscar de Melhor Atriz por seu papel em outro filme de Hitchcock, Suspeita (1941). Neste suspense tenso, ela interpretou Lina McLaidlaw, uma mulher que começa a desconfiar que seu charmoso e irresponsável marido (interpretado por Cary Grant) pode estar tentando matá-la. Sua capacidade de transmitir medo, ansiedade e dúvida foi amplamente elogiada. Uma terceira indicação ao Oscar veio em 1943, pela sua performance em The Constant Nymph, solidificando seu status como uma das atrizes mais respeitadas de sua geração.

A Dama do Drama e Outros Papéis Marcantes

A década de 1940 foi particularmente fértil para Joan Fontaine, que se estabeleceu como uma das rainhas do drama. Durante este período, ela protagonizou uma série de filmes que exploravam as complexidades das emoções humanas, com destaque para Carta de Uma Mulher Desconhecida (1948). Este melodrama romântico, dirigido por Max Ophüls, é hoje considerado um clássico atemporal e uma obra-prima do gênero, onde Fontaine entrega uma de suas performances mais memoráveis como Lisa Berndle, uma mulher cuja vida é definida por um amor não correspondido e um sacrifício silencioso. Sua capacidade de transmitir profundidade emocional e vulnerabilidade fez dela a escolha perfeita para papéis que exigiam uma sensibilidade rara. No entanto, na década seguinte, após o seu papel no épico histórico Ivanhoé (1952), sua carreira no cinema começou a desacelerar. Como era comum para muitas estrelas da Era de Ouro, Fontaine passou a buscar novas oportunidades, movendo-se para papéis no palco, rádio e televisão, demonstrando sua adaptabilidade e amor pela atuação em diferentes mídias. Na década de 1960, suas aparições no cinema tornaram-se mais esporádicas, incluindo filmes como Viagem ao Fundo do Mar (1961), uma aventura de ficção científica, The Devil's Own (também conhecido como The Witches, 1966) e The Witches (1966), que marcou seu último papel no cinema, encerrando um capítulo notável de sua vida profissional.

Uma Carreira Diversificada e o Legado Duradouro

Mesmo após a diminuição de seus trabalhos cinematográficos, Joan Fontaine continuou a atuar em diversas plataformas. Em 1978, ela lançou sua autobiografia, intitulada No Bed of Roses (Sem Leito de Rosas), um livro que ofereceu aos fãs e críticos uma visão íntima de sua vida, suas lutas e, inevitavelmente, sua complexa relação com a irmã Olivia. Sua presença artística continuou a ser sentida em palcos e na televisão até 1994, quando decidiu se afastar da vida pública. O legado de Joan Fontaine é notável por várias razões. Com sua vitória em Suspeita, ela detém a distinção de ser a única atriz a ganhar um Oscar de Melhor Atriz por uma atuação num filme dirigido por Alfred Hitchcock. Além disso, ela e sua irmã, Olivia de Havilland, continuam sendo o único par de irmãs na história do cinema a terem conquistado Oscars na categoria de atuação principal. Esta singularidade, juntamente com suas performances icônicas e sua contribuição para a Era de Ouro de Hollywood, assegura o seu lugar inquestionável entre as grandes lendas do cinema.

Perguntas Frequentes (FAQs) sobre Joan Fontaine

Qual foi a natureza da rivalidade entre Joan Fontaine e Olivia de Havilland?
A rivalidade entre as irmãs Joan Fontaine e Olivia de Havilland era uma das mais famosas e duradouras de Hollywood, começando na infância e estendendo-se por suas carreiras. Embora as causas exatas fossem complexas e multifacetadas, incluindo ciúme profissional e pessoal, a mídia da época frequentemente explorava a tensão entre elas, com ambas as atrizes raramente se reconciliando publicamente, mantendo uma distância notória por décadas.
Quais são os filmes mais essenciais de Joan Fontaine para assistir?
Para quem deseja conhecer a obra de Joan Fontaine, os filmes mais essenciais incluem Rebecca (1940) e Suspeita (1941), ambos dirigidos por Alfred Hitchcock e pelos quais recebeu indicações e um Oscar, respetivamente. Carta de Uma Mulher Desconhecida (1948) é também considerado uma obra-prima do melodrama e uma das suas performances mais cativantes. Outros filmes notáveis incluem The Constant Nymph (1943) e Jane Eyre (1943).
Por que Joan Fontaine é particularmente associada a Alfred Hitchcock?
Joan Fontaine é fortemente associada a Alfred Hitchcock por ter estrelado dois de seus filmes mais icônicos, Rebecca e Suspeita, ambos nos anos iniciais de sua carreira em Hollywood e que definiram seu status de estrela. Além disso, ela foi a única atriz a ganhar um Oscar de atuação principal por um papel em um filme dirigido por ele, o que solidificou sua conexão única com o "Mestre do Suspense".
Joan Fontaine teve uma carreira significativa fora do cinema?
Sim, após o declínio de sua carreira cinematográfica na década de 1950, Joan Fontaine se adaptou e teve uma carreira ativa no palco, em produções da Broadway e em turnês teatrais. Ela também fez aparições notáveis em rádio e televisão, participando de telefilmes e séries, o que demonstrava sua versatilidade e compromisso contínuo com a arte da atuação até meados da década de 1990.
O que tornou Joan Fontaine única na história de Hollywood?
Joan Fontaine é única na história de Hollywood por vários motivos: foi a única atriz a ganhar um Oscar de atuação principal em um filme de Alfred Hitchcock, e, ao lado de sua irmã Olivia de Havilland, elas formam o único par de irmãs a terem ganhado Oscars de atuação em categorias principais. Sua habilidade em personificar heroínas vulneráveis e complexas, muitas vezes em melodramas e suspenses psicológicos, e sua rivalidade pública com a irmã, também contribuíram para sua lenda.