Stu Miller, jogador de beisebol americano (m. 2015)

Stuart Leonard Miller (26 de dezembro de 1927 – 4 de janeiro de 2015), carinhosamente conhecido no mundo do beisebol como "The Butterfly Man", foi um arremessador que deixou uma marca indelével na Major League Baseball (MLB) ao longo de uma carreira notável que se estendeu por 16 temporadas. Nascido em Foster, Califórnia, Miller foi um talentoso destro que, com sua especialização em um knuckleball imprevisível – que lhe valeu o apelido –, trouxe uma dimensão única ao montinho, tornando-se uma figura respeitada e, por vezes, lendária em diversas franquias.

Ao longo de sua trajetória na MLB, Miller vestiu os uniformes de equipes icônicas, começando sua jornada profissional com o St. Louis Cardinals (1952–56), seguido por passagens pelo Philadelphia Phillies (1956), New York/San Francisco Giants (1957–62), Baltimore Orioles (1963–67) e, por fim, o Atlanta Braves (1968). Sua versatilidade e durabilidade o permitiram participar de 704 jogos, com 93 deles como titular, acumulando um impressionante recorde de 105 vitórias e 103 derrotas. Ostentando uma média de corridas merecidas (ERA) de 3,24, 1164 strikeouts e 154 defesas (saves), Miller provou ser um recurso inestimável, especialmente em situações de fechamento de jogo.

O auge nos Giants e a Inesperada Troca

A temporada de 1961 foi particularmente brilhante para Stuart Miller. Atuando pelos Giants, ele foi nomeado um All-Star, um reconhecimento merecido por suas performances consistentes. O técnico Alvin Dark, em sua avaliação, considerou a temporada de 1961 de Miller como a melhor de qualquer arremessador substituto que ele já havia treinado. Dark observou: "Assim, os titulares trabalhariam sete entradas e olhariam para o bullpen esperando vê-lo entrando", uma clara demonstração da confiança que a equipe depositava em Miller para finalizar os jogos. Naquele ano, ele registrou um recorde de 8 vitórias e apenas 1 derrota, com 19 defesas, solidificando sua reputação como um dos melhores fechadores da liga.

No entanto, o destino de Miller com os Giants tomou um rumo inesperado. Após a temporada de 1961, apesar de seu desempenho estelar, a gerência dos Giants surpreendentemente decidiu trocá-lo para o Baltimore Orioles. A lenda conta que a equipe, talvez percebendo o desgaste de um jogador já com mais de trinta anos, "pensava que ele estava morto" (metaforicamente, referindo-se ao fim de sua carreira produtiva). Miller foi enviado aos Orioles em um pacote que incluía Mike McCormick e John Orsino, em troca de Jimmie Coker, Jack Fisher e Billy Hoeft. Essa troca, em retrospecto, revelaria ser uma das decisões mais debatidas na história recente do clube de São Francisco, especialmente considerando o que Miller ainda tinha a oferecer.

Renascimento em Baltimore e Recordes

A "morte" da carreira de Miller, como os Giants a haviam previsto, provou ser um engano grosseiro. Ele respondeu à mudança para Baltimore com uma temporada de 1963 espetacular, silenciando os críticos e provando que ainda tinha muito a oferecer. A Associated Press noticiou: "Little Stuart nunca foi melhor", ecoando a surpresa e admiração pelo seu desempenho. Embora seu recorde de vitórias e derrotas naquele ano fosse de apenas 5-8, idêntico aos números de sua temporada anterior, a verdadeira medida de seu impacto estava em outras estatísticas: Miller liderou a Liga Americana em jogos disputados (71), jogos finalizados (59) e defesas (27), consolidando-se como o principal fechador dos Orioles. Sua ERA de 2,24 foi a mais baixa desde sua temporada de estreia, e ele chegou a figurar entre os candidatos ao MVP da AL, empatando em 19º lugar na votação ao lado de Leon Wagner.

A excelência de Miller continuou a brilhar, atingindo um dos seus pontos mais altos em 1965. Naquele ano, ele terminou em sétimo na votação para MVP, registrando um impressionante recorde de 14-7, uma ERA notável de 1,89 e 24 defesas. Sua ERA de 1,89 permanece como a mais baixa na história da franquia dos Orioles desde que a equipe se mudou de St. Louis após a temporada de 1953, um testemunho duradouro de sua dominância no montinho durante aquele período.

Momentos Históricos e o "Incidente do Vento"

A carreira de Stuart Miller foi pontuada por vários momentos memoráveis, alguns de triunfo e outros de infortúnio. Em 30 de abril de 1967, Miller participou de um evento raro ao combinar com Steve Barber para lançar um no-hitter para os Orioles contra o Detroit Tigers. Contudo, apesar do feito conjunto, a equipe acabou perdendo o jogo por 2–1. Miller entrou em campo após Barber, que havia cedido dez bases por bolas, entregar a corrida de empate em um wild pitch com dois outs. Uma rebatida rasteira para o interbases deveria ter encerrado a entrada para Miller, mas Mark Belanger cometeu um erro crucial, permitindo que a corrida da vitória fosse anotada para os Tigers. Assim, um feito histórico foi ofuscado por uma derrota dolorosa.

No entanto, Miller é talvez mais lembrado por seu envolvimento em um dos momentos mais singulares e exagerados da história do All-Star Game. Na nona entrada do primeiro dos dois All-Star Games de 1961 (dois jogos foram disputados entre 1959 e 1962), que aconteceu no Candlestick Park em São Francisco, uma rajada de vento incomumente forte causou um incidente bizarro. O vento fez com que Miller, que estava no montinho, balançasse ligeiramente, resultando em um balk. Esse movimento irregular permitiu que Roger Maris avançasse para a segunda base e Al Kaline para a terceira.

A história, com o tempo, foi embelezada e se tornou lendária, com relatos exagerados de que a rajada de vento havia literalmente jogado o Miller, de 165 libras, para fora do montinho do arremessador. Kaline, pouco depois, marcou uma corrida em um erro de Ken Boyer na bola rasteira de Rocky Colavito, empatando o placar em 3 a 3. Um rebatedor depois, o vento voltou a intervir, fazendo com que o catcher Smoky Burgess deixasse cair o pop-up de falta de Tony Kubek, resultando em um erro. Miller, apesar das adversidades causadas pelo vento e pelos erros de campo, conseguiu eliminar Kubek e, após Yogi Berra alcançar a base em um erro de Don Zimmer, fez Hoyt Wilhelm voar para a esquerda para encerrar a entrada.

No topo da 10ª entrada, a defesa de Miller novamente o colocou em apuros. Nellie Fox conseguiu uma base por bolas e marcou uma corrida, vindo diretamente da primeira base, em um erro de arremesso de três bases de Boyer (o segundo erro de Boyer em tantas entradas) na bola rasteira de Kaline. No entanto, os companheiros de equipe de Miller o resgataram na parte inferior da entrada, garantindo a ele a vitória como arremessador. Hank Aaron marcou e, em seguida, um duplo do companheiro de equipe de Miller, Willie Mays, empatou o placar. Mays então marcou a corrida da vitória com um single de Roberto Clemente, transformando um jogo caótico em uma vitória dramática para Miller.

Para adicionar mais uma camada de história à sua carreira, em 14 de maio de 1967, foi Stuart Miller quem cedeu o 500º home run da lenda do beisebol, Mickey Mantle, um momento icônico na rica tapeçaria da MLB.

Legado e Influência

Stuart Miller não foi apenas um arremessador eficaz; ele também foi um mentor e uma inspiração para as gerações futuras. Jim Palmer, um dos maiores arremessadores na história do beisebol e Hall da Fama, creditou Miller por ajudá-lo a se tornar um arremessador melhor. Palmer recordou: "Aprendi com caras como Stu Miller. Sentei-me no bullpen com ele quando tinha dezenove anos e assisti e ouvi. Era como uma pós-graduação." Este testemunho ressalta não apenas a sabedoria e a experiência de Miller, mas também sua disposição em compartilhá-las, solidificando seu legado não apenas como um grande jogador, mas também como um influente professor do jogo.

FAQs

Quem foi Stuart Leonard Miller?

Stuart Leonard Miller, apelidado de "The Butterfly Man", foi um renomado arremessador destro da Major League Baseball (MLB) que jogou por 16 temporadas, de 1952 a 1968, conhecido por seu imprevisível knuckleball e por ser um dos fechadores mais eficazes de sua época.

Por que ele era conhecido como "The Butterfly Man"?

Ele recebeu o apelido de "The Butterfly Man" devido ao seu domínio do knuckleball, um arremesso que se move de forma errática e imprevisível, semelhante ao voo de uma borboleta, tornando-o extremamente difícil de rebater.

Quais foram os principais feitos da carreira de Miller?

Miller teve uma carreira de 16 temporadas com um recorde de 105-103, ERA de 3,24 e 154 defesas (saves). Ele foi um All-Star em 1961, liderou a Liga Americana em jogos, jogos terminados e defesas em 1963, e em 1965 registrou uma ERA de 1,89, a mais baixa na história da franquia dos Orioles desde a mudança de St. Louis.

O que aconteceu no incidente do vento no All-Star Game de 1961?

No All-Star Game de 1961 no Candlestick Park, uma forte rajada de vento fez com que Stuart Miller balançasse no montinho, resultando em um balk. A história foi exagerada ao longo do tempo, com muitos relatos dizendo que ele foi "jogado para fora do montinho" pelo vento. Apesar do caos e dos erros de campo, Miller acabou sendo o arremessador vitorioso naquele jogo.

Qual foi o impacto de Stuart Miller em outros arremessadores?

Stuart Miller foi uma figura inspiradora e um mentor. O lendário arremessador Jim Palmer, do Hall da Fama, creditou Miller por ajudá-lo a se tornar um arremessador melhor, descrevendo a experiência de aprender com ele no bullpen como "uma pós-graduação".