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  5. Bettino Craxi

Mortes em 19 de janeiro

Bettino Craxi
2000jan, 19

Bettino Craxi

Bettino Craxi, advogado e político italiano, 45º primeiro-ministro da Itália (n. 1934)

Benedetto "Bettino" Craxi, nascido em 24 de fevereiro de 1934 e falecido em 19 de janeiro de 2000, foi uma das figuras mais emblemáticas e controversas da política italiana do século XX. Originalmente batizado Benedetto, ele era carinhosamente conhecido como Bettino, um diminutivo que refletia sua personalidade acessível, mas que contrastava com sua estatura política imponente e sua determinação. Líder incontestável do Partido Socialista Italiano (PSI) de 1976 a 1993, Craxi marcou uma era, culminando em sua ascensão ao cargo de 45º primeiro-ministro da Itália, posição que ocupou de 1983 a 1987. Sua liderança representou um período de renovação e, ao mesmo tempo, de grandes desafios para a esquerda italiana e para a própria nação.

Ascensão Política e Liderança no Partido Socialista Italiano

A chegada de Bettino Craxi à secretaria do PSI em 1976 assinalou um ponto de viragem. O partido, outrora uma força dominante, havia declinado nos anos pós-guerra, ofuscado pela poderosa Democracia Cristã (DC) no centro e pelo Partido Comunista Italiano (PCI) à esquerda, que mantinha uma forte oposição. Craxi, um reformista pragmático, buscou reposicionar o PSI, distanciando-o tanto da influência soviética que ainda pesava sobre o PCI, quanto da hegemonia da DC, que dominava o cenário político desde o pós-guerra. Ele conseguiu revitalizar o partido, atraindo novos eleitores com uma plataforma modernizadora e uma retórica mais assertiva. Seu estilo direto e sua notável capacidade de negociação o catapultaram para o cenário político nacional, abrindo caminho para o Palácio Chigi, a sede do governo italiano.

Em 1983, Craxi fez história ao se tornar o primeiro membro do Partido Socialista Italiano a ocupar o cargo de primeiro-ministro, um feito que ressaltava a nova proeminência do partido sob sua liderança. Embora outros políticos de orientação socialista tivessem chegado à chefia de governo anteriormente, Craxi foi o pioneiro a fazê-lo sob a bandeira específica do PSI. Seu governo, que se estendeu por quase quatro anos, foi o terceiro mais longo da República Italiana, um feito notável em um país conhecido por sua alta rotatividade ministerial e pela fragilidade das coalizões. Este período de relativa estabilidade permitiu a Craxi implementar diversas reformas e consolidar uma imagem de liderança forte e decisiva.

O Terceiro Governo Mais Longo e a Primeira República

O período em que Craxi esteve no poder é frequentemente associado à chamada Primeira República Italiana (1946-1992), uma era política complexa caracterizada por uma teia intrincada de alianças partidárias, pela predominância da Democracia Cristã, pela influência constante do Partido Comunista como principal força de oposição e por frequentes mudanças governamentais. A duração e a estabilidade do governo Craxi foram excecionais neste contexto volátil, permitindo uma agenda política mais consistente e a implementação de políticas de longo prazo. Ele é amplamente reconhecido como um dos políticos mais poderosos e proeminentes dessa era, capaz de navegar nas intrincadas águas da política italiana com astúcia, firmeza e determinação inabaláveis.

Relações Internacionais e o Socialismo Mediterrâneo

A política externa de Bettino Craxi foi um dos pilares de seu governo e uma fonte de considerável orgulho para seus apoiadores. Ele cultivou fortes laços com outros líderes socialistas europeus da época, como François Mitterrand na França, Felipe González na Espanha, Andreas Papandreou na Grécia e Mário Soares em Portugal. Juntos, eles representaram uma corrente distinta do "socialismo mediterrâneo" ou "do sul da Europa", que tendia a ser mais nacionalista, assertiva e focada na soberania em comparação com as vertentes social-democratas do norte da Europa, que por vezes priorizavam a integração. Essa abordagem se refletiu em uma política externa italiana mais independente e, por vezes, confrontacional com os Estados Unidos, especialmente em questões sensíveis como o conflito israelo-palestino, a luta contra o terrorismo internacional e as relações com governos árabes socialistas. O incidente de Sigonella em 1985, onde Craxi se opôs firmemente à extradição de terroristas palestinos para os EUA, é um exemplo notório de sua postura e de sua prioridade pelos interesses nacionais italianos, mesmo em detrimento de aliados tradicionais.

O Escândalo "Mani Pulite" e o Colapso da Primeira República

Apesar de seus sucessos e de uma gestão que trouxe relativa estabilidade, o legado de Craxi foi indelével e tragicamente marcado pelas investigações conduzidas pelos juízes de Milão no âmbito da operação "Mani Pulite" (Mãos Limpas). Este inquérito, que revelou um vasto sistema de corrupção e financiamento ilícito de partidos políticos, conhecido como Tangentopoli, abalou os alicerces da Primeira República Italiana, levando-a ao colapso. Craxi foi formalmente acusado e, subsequentemente, condenado por corrupção e financiamento ilegal do PSI. Enquanto ele sempre rejeitou as acusações de enriquecimento pessoal, admitiu abertamente a prática de financiamento ilegal, defendendo-a como uma necessidade sistêmica. Ele argumentava que, em um cenário onde os partidos Democracia Cristã e Comunista possuíam recursos financeiros vastamente superiores – a DC através de sua extensa rede de clientelismo e o PCI, em parte, através de financiamentos internacionais –, o PSI precisava de meios alternativos para sustentar suas caras atividades políticas e competir efetivamente. Sua defesa, embora controversa, expôs a fragilidade e a generalização de práticas ilícitas na política italiana da época, revelando uma face oculta do sistema político. Curiosamente, durante este período, o governo e o partido de Craxi contaram com o apoio de Silvio Berlusconi, então um magnata da mídia em ascensão e amigo pessoal do primeiro-ministro, cujo próprio futuro político seria intrinsecamente ligado à herança e ao colapso da Primeira República.

Legado e Alcunha "Javali"

Bettino Craxi deixou um legado complexo e polarizador. Seus apoiadores o veem como um estadista visionário que modernizou a Itália, defendeu seus interesses nacionais no cenário internacional e trouxe estabilidade política em um período de grande instabilidade. Críticos, por outro lado, o apontam como um símbolo da corrupção que corroeu os pilares da Primeira República Italiana e levou ao seu fim. Sua figura física imponente, aliada a um estilo político combativo e direto, rendeu-lhe a alcunha de "Javali" (Cinghiale em italiano). Este nome, dado por seu aliado de longa data e, ao mesmo tempo, rival político, o líder democrata-cristão Giulio Andreotti – uma figura igualmente complexa, influente e enigmática na política italiana –, capturava a essência de sua personalidade: forte, tenaz, por vezes bruto e sempre confrontador. A relação intrincada e paradoxal entre Craxi e Andreotti personificava a intrincada dança de poder, alianças e rivalidades que definia a política italiana da época.

FAQs sobre Bettino Craxi

Quem foi Bettino Craxi?
Benedetto "Bettino" Craxi (1934-2000) foi um influente político italiano, líder do Partido Socialista Italiano (PSI) de 1976 a 1993 e Primeiro-Ministro da Itália de 1983 a 1987. Ele é considerado uma das figuras centrais e mais poderosas da chamada Primeira República Italiana.
Qual foi o seu papel na política italiana?
Como líder do PSI, ele buscou revitalizar o partido, distanciando-o tanto da hegemonia da Democracia Cristã quanto da influência do Partido Comunista. Como Primeiro-Ministro, liderou um dos governos mais longos da República Italiana, implementando reformas e adotando uma política externa assertiva que priorizava os interesses nacionais.
O que foi a operação "Mani Pulite"?
"Mani Pulite" (Mãos Limpas) foi uma vasta investigação judicial iniciada em Milão no início dos anos 90 que expôs um sistema generalizado de corrupção e financiamento ilegal de partidos políticos na Itália, conhecido como Tangentopoli. Esta operação levou ao colapso da Primeira República e à condenação de muitas figuras políticas proeminentes, incluindo Craxi.
Por que Bettino Craxi foi considerado controverso?
Craxi foi condenado por corrupção e financiamento ilícito de seu partido no contexto do escândalo "Mani Pulite". Embora ele negasse enriquecimento pessoal, admitiu o financiamento ilegal, argumentando que era uma prática sistêmica e necessária para a competição política na época, o que gerou grande controvérsia e polarização em sua figura pública.
O que era o "socialismo mediterrâneo" defendido por Craxi?
O "socialismo mediterrâneo" ou "do sul da Europa" era uma corrente política que se diferenciava da social-democracia do norte do continente. Caracterizava-se por uma maior ênfase na soberania nacional, na intervenção estatal e, por vezes, uma política externa mais assertiva e independente, como a de Craxi, que buscava um papel mais proeminente para a Itália no cenário internacional.
Qual era a conexão de Craxi com Silvio Berlusconi?
Silvio Berlusconi, então um magnata da mídia, era um amigo pessoal e apoiador do governo e do partido de Craxi. Esta relação foi significativa, e Berlusconi, após o colapso da Primeira República e a saída de Craxi, emergiu como uma nova força política, assumindo parte do eleitorado e ideais de centro-direita que antes se opunham ao sistema derrubado pela "Mani Pulite".
Por quanto tempo Bettino Craxi foi Primeiro-Ministro da Itália?
Bettino Craxi foi Primeiro-Ministro da Itália por um período de quatro anos, de 1983 a 1987, tornando seu governo o terceiro mais longo na história da República Italiana, um feito notável dada a instabilidade política da época.

Referências

  • Bettino Craxi
  • Primeiro-ministro da Itália

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