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Eventos em 12 de setembro na história

Movimento Rastafari
1974set, 12

O imperador Haile Selassie da Etiópia, 'Messias' do movimento Rastafari, é deposto após um golpe militar do Derg, encerrando um reinado de 58 anos.

Haile Selassie I (em ge'ez: ቀዳማዊ ኀይለ ሥላሴ, romanizado: Qädamawi Häylä Səllasé; pronúncia amárica: [ˈhaɪlə sɨlˈlase]), nascido Tafari Makonnen Woldemikael, foi uma figura monumental na história da Etiópia e um líder pan-africano de grande relevância. Nascido em 23 de julho de 1892, sua trajetória culminou com sua ascensão ao trono imperial, onde reinou como Imperador da Etiópia de 1930 até 27 de agosto de 1975. Antes de sua coroação, Haile Selassie serviu como Regente Plenipotenciário do Império Etíope para a Imperatriz Zewditu, a partir de 1916, preparando o terreno para suas futuras reformas e para a modernização do país.

Sua linhagem era um pilar de sua autoridade e legitimidade. Membro da venerável Dinastia Salomônica, Haile Selassie afirmava descender diretamente do Imperador Menelik I, que, segundo a tradição etíope, era filho do lendário Rei Salomão de Israel e de Makeda, a Rainha de Sabá. Esta conexão histórica e quase mítica concedia-lhe um status singular e profundamente enraizado na identidade nacional etíope.

A Visão do Imperador para a Etiópia e Suas Reformas

Durante seu longo reinado, Haile Selassie I empenhou-se na árdua tarefa de modernizar a Etiópia, um país com uma estrutura social e política profundamente enraizada em tradições ancestrais e feudalismo. Suas reformas abrangentes visavam transformar a nação, introduzindo elementos de governança moderna e justiça social. Um marco crucial foi a promulgação da constituição de 1931, a primeira constituição escrita da Etiópia, que tentou formalizar e centralizar o poder, embora ainda mantendo a autoridade imperial. Outra conquista notável foi a abolição da escravidão, uma prática que ele trabalhou incansavelmente para erradicar, alinhando a Etiópia com os padrões internacionais de direitos humanos da época.

Desafios e Liderança em Tempos de Guerra

A liderança de Haile Selassie foi severamente testada durante a Segunda Guerra Ítalo-Etíope. Ele pessoalmente liderou os esforços para defender a Etiópia contra a invasão italiana fascista em 1935, buscando, sem sucesso, o apoio da Liga das Nações. Após a ocupação, ele passou a maior parte do período de exílio na Inglaterra, onde sua voz se tornou um poderoso símbolo da resistência contra o fascismo e um apelo eloquente pela soberania das nações. Em 1940, ele viajou para o Sudão para coordenar os esforços antifascistas na região e, em 1941, fez um retorno triunfante à sua terra natal após a bem-sucedida Campanha da África Oriental, marcando a libertação da Etiópia.

No Cenário Africano e Internacional

Além de seus esforços domésticos e de guerra, Haile Selassie I teve um papel de destaque na política africana e global. Ele presidiu a formação da Organização da Unidade Africana (OUA) em 1963, uma precursora da atual União Africana, e serviu como seu primeiro presidente. Essa organização foi um farol de esperança para a cooperação e solidariedade entre as nações africanas recém-independentes, e a figura de Haile Selassie, líder do único país africano que nunca havia sido formalmente colonizado (exceto pelo breve período italiano), era fundamental para essa visão pan-africana. No cenário internacional, ele também se envolveu na dissolução da Federação da Etiópia e Eritreia, estabelecida pela Assembleia Geral da ONU em 1950. Posteriormente, anexou a Eritreia como uma província etíope, um movimento que visava evitar a secessão, mas que gerou décadas de conflito.

O Fim de uma Era e os Aspectos Controvertidos de Seu Regime

O reinado de Haile Selassie chegou a um fim abrupto em 1974, quando foi derrubado por um golpe militar liderado pela junta marxista-leninista conhecida como Derg. Seu assassinato, em 27 de agosto de 1975, marcou o fim de uma era e da Dinastia Salomônica. Apesar de sua imagem global como um modernizador e líder pan-africano, seu regime enfrentou críticas. Historiadores apontaram a supressão de rebeliões entre a aristocracia rural (a mesafint), que frequentemente se opunha às suas reformas, e o ritmo, por vezes, lento da modernização. Grupos de direitos humanos, como a Human Rights Watch, classificaram seu governo como autocrático e iliberal. Alegações de perseguição ao povo Harari e transferências de Amharas para o sul da Etiópia, onde ocupavam cargos na administração, tribunais e igreja, também foram levantadas. Embora algumas fontes afirmem que a língua Oromo foi proibida na educação e no uso público no final de seu regime, é importante notar que nunca houve uma lei oficial ou política governamental que criminalizasse explicitamente qualquer idioma. Em junho de 2020, em um reflexo de ressentimentos históricos persistentes, a estátua de Haile Selassie no Cannizaro Park, em Londres, foi destruída por manifestantes Oromo, e o monumento equestre de seu pai em Harar foi removido.

Haile Selassie I e o Movimento Rastafari: Uma Conexão Única

Um dos legados mais singulares e duradouros de Haile Selassie I é sua posição central no Movimento Rastafari, uma religião que surgiu na Jamaica na década de 1930. Para muitos adeptos do Rastafari, Haile Selassie não é apenas um imperador, mas o messias retornado da Bíblia, Deus encarnado, frequentemente referido como Jah. Essa crença se enraizou logo após sua coroação como imperador em 1930, interpretada por alguns como o cumprimento de profecias bíblicas. No entanto, é fundamental notar que, apesar dessa distinção divina no Rastafari, Haile Selassie era um cristão devoto, seguidor dos princípios e da liturgia da Igreja Ortodoxa Etíope Tewahedo, uma das igrejas cristãs mais antigas do mundo.

Compreendendo o Movimento Rastafari

O Rastafari, por vezes conhecido como Rastafarianismo, é uma religião e movimento social que se desenvolveu entre as comunidades afro-jamaicanas empobrecidas e socialmente desfavorecidas na Jamaica durante a década de 1930. É classificado por estudiosos da religião como um novo movimento religioso, caracterizado por uma estrutura descentralizada e a ausência de uma autoridade central única. Essa autonomia resulta em uma considerável diversidade de crenças e práticas entre seus seguidores, que são comumente chamados de Rastafari, Rastafarians ou simplesmente Rastas. Em 2012, estimava-se que o movimento contava com entre 700.000 e um milhão de adeptos em todo o mundo.

As Raízes do Rastafari e Sua Evolução

A ideologia afrocêntrica do Rastafari emergiu em grande parte como uma reação direta à cultura colonial britânica dominante na Jamaica da época. Foi profundamente influenciada pelo etiopianismo e pelo movimento "Back-to-Africa" (De Volta para a África), promovido por figuras nacionalistas negras como Marcus Garvey, que pregava a união e o retorno dos africanos da diáspora ao continente-mãe. A religião ganhou forma depois que vários clérigos cristãos protestantes, notadamente Leonard Howell, proclamaram que a coroação de Haile Selassie como imperador da Etiópia em 1930 cumpria uma profecia bíblica, marcando-o como o Rei dos Reis e Senhor dos Senhores.

Na década de 1950, a postura contracultural do Rastafari colocou o movimento em conflito com a sociedade jamaicana mais ampla, resultando em confrontos violentos com a polícia e outras autoridades. No entanto, nas décadas de 1960 e 1970, o Rastafari ganhou maior respeitabilidade na Jamaica e visibilidade internacional, em grande parte através da popularidade de músicos de reggae inspirados no movimento, sendo o mais famoso Bob Marley. Sua música e mensagem levaram as ideias Rastafari para um público global. Embora o entusiasmo pelo Rastafari tenha diminuído na década de 1980, após as mortes de Haile Selassie e Marley, o movimento persistiu e continua presente em muitas partes do mundo.

Crenças Fundamentais do Rastafari

As crenças Rastafari são intrinsecamente baseadas em uma interpretação específica da Bíblia. Central a essa fé é uma crença monoteísta em um único Deus, conhecido como Jah, que é considerado residente, em parte, dentro de cada indivíduo. Os Rastas atribuem uma importância fundamental a Haile Selassie, o Imperador da Etiópia. Muitos o veem como a Segunda Vinda de Jesus e Jah encarnado, o messias prometido para libertar os descendentes africanos da opressão. Outros, embora o reconheçam como uma figura espiritual central, o consideram um profeta humano que plenamente reconheceu a presença de Jah em cada indivíduo.

O Rastafari é fortemente afrocêntrico, focando a atenção na diáspora africana, que, segundo a crença, é oprimida na sociedade ocidental, frequentemente referida como "Babilônia". Muitos Rastas defendem o repatriamento dessa diáspora para a África, um continente que eles consideram a Terra Prometida, ou "Sião". Alguns praticantes estendem essas visões a um supremacismo negro, embora não seja uma visão universal dentro do movimento.

Práticas e Estilo de Vida Rastafari ("Livity")

Os Rastas referem-se às suas práticas e forma de viver como "livity" (vida). As reuniões comunitárias, conhecidas como "groundations" (fundações), são caracterizadas por música, cânticos, discussões e o fumo ritualístico de cannabis. A cannabis, ou "ganja", é considerada um sacramento com propriedades benéficas, auxiliando na meditação e na conexão espiritual. O estilo de vida Rastafari enfatiza o que consideram viver "naturalmente", o que inclui aderir a uma dieta "Ital" (do inglês "vital"), uma alimentação predominantemente vegetariana, sem sal ou alimentos processados, em busca de pureza e vitalidade. O uso de dreadlocks no cabelo é outra prática icônica, simbolizando a rejeição da conformidade com a sociedade babilônica e uma conexão com a "melena de leão de Judá", um símbolo de Haile Selassie. Historicamente, muitos Rastas seguem papéis de gênero patriarcais, embora haja variações.

A Estrutura e a Diversidade do Rastafari

Como um movimento descentralizado, o Rastafari é organizado em uma base amplamente sectária, com diversas denominações, ou "Mansões de Rastafari". As mais proeminentes incluem Nyahbinghi, Bobo Ashanti e as Doze Tribos de Israel. Cada uma dessas Mansões oferece uma interpretação distinta da crença Rastafari, embora compartilhem os princípios centrais. A maior população de Rastafari está na Jamaica, mas pequenas comunidades podem ser encontradas na maioria dos principais centros populacionais do mundo. A maioria dos Rastafari são descendentes de africanos negros, e alguns grupos aceitam apenas membros negros, refletindo a origem e o foco afrocentrista do movimento.

Perguntas Frequentes (FAQs)

Quem foi Haile Selassie I?

Haile Selassie I, nascido Tafari Makonnen, foi o último imperador da Etiópia, reinando de 1930 a 1974. Ele é amplamente considerado uma figura central na história moderna da Etiópia e um proeminente líder pan-africano. Sua linhagem, a Dinastia Salomônica, afirmava descender diretamente do Rei Salomão e da Rainha de Sabá.

Qual foi a sua importância para a Etiópia?

Haile Selassie foi crucial para os esforços de modernização da Etiópia, introduzindo a primeira constituição escrita do país em 1931 e abolindo a escravidão. Ele liderou a Etiópia durante a invasão italiana na Segunda Guerra Mundial e foi uma voz influente no cenário internacional e africano, sendo o primeiro presidente da Organização da Unidade Africana (OUA).

Qual é a conexão entre Haile Selassie I e o movimento Rastafari?

Para muitos seguidores do Rastafari, Haile Selassie é considerado o messias retornado da Bíblia, Deus encarnado (Jah). Sua coroação em 1930 foi interpretada por alguns na Jamaica como o cumprimento de profecias bíblicas. No entanto, o próprio Haile Selassie era um cristão devoto da Igreja Ortodoxa Etíope Tewahedo.

Quais são as crenças centrais do Rastafari?

O Rastafari é um movimento afrocêntrico que acredita em um Deus monoteísta, conhecido como Jah, que reside parcialmente em cada indivíduo. Haile Selassie é central para a fé, visto como Jah encarnado ou um profeta. A religião foca na diáspora africana, na opressão da "Babilônia" (sociedade ocidental) e no desejo de repatriamento para a "Sião" (África).

Onde o movimento Rastafari se originou?

O movimento Rastafari se originou entre comunidades afro-jamaicanas empobrecidas e socialmente desfavorecidas na Jamaica durante a década de 1930. Sua ideologia afrocêntrica foi uma reação contra a cultura colonial britânica e influenciada por movimentos como o "Back-to-Africa" de Marcus Garvey.

Haile Selassie I é considerado Deus por todos os Rastafarians?

Não por todos. Embora muitos Rastafarians o considerem a Segunda Vinda de Jesus e Jah encarnado, outros o veem como um profeta humano que reconheceu plenamente a presença de Jah em cada indivíduo, enfatizando a divindade inerente a todos.

Quais são algumas das principais práticas do Rastafari?

As práticas Rastafari, conhecidas como "livity", incluem reuniões comunitárias ("groundations") com música, cânticos e discussões, bem como o uso ritualístico de cannabis como um sacramento. Os Rastas também aderem a uma dieta "Ital" (vegetariana e natural) e muitos usam dreadlocks como símbolo de sua fé e rejeição das normas sociais.


Referências

  • Haile Selassie
  • Etiópia
  • messias
  • Movimento Rastafari
  • Golpe de Estado
  • Derg

Escolha Outra Data

Eventos em 1974

  • 18jan

    Guerra do Yom Kipur

    Um acordo de Desengajamento das Forças é assinado entre os governos israelense e egípcio, encerrando o conflito na frente egípcia da Guerra do Yom Kippur.
  • 27jun

    Richard Nixon

    O presidente dos EUA, Richard Nixon, visita a União Soviética.
  • 27jul

    Richard Nixon

    Escândalo de Watergate: O Comitê Judiciário da Câmara dos Representantes vota por 27 a 11 para recomendar o primeiro artigo de impeachment (por obstrução de justiça) contra o presidente Richard Nixon.
  • 9ago

    Richard Nixon

    Como resultado direto do escândalo Watergate, Richard Nixon se torna o primeiro presidente dos Estados Unidos a renunciar ao cargo. Seu vice-presidente, Gerald Ford, torna-se presidente.
  • 8set

    Gerald Ford

    Escândalo Watergate: o presidente dos EUA, Gerald Ford, perdoa o ex-presidente Richard Nixon por quaisquer crimes que Nixon possa ter cometido enquanto estava no cargo.

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