O capitão Sully (Chesley Sullenberger) pousou um voo 1549 da US Airways no rio Hudson salvando todos os 155 passageiros depois que o avião colidiu com pássaros poucos minutos após a decolagem.

Chesley Burnett "Sully" Sullenberger III, nascido em 23 de janeiro de 1951, é uma figura cujas ações heroicas transcenderam o mundo da aviação, solidificando seu legado como um embaixador da segurança e da resiliência humana. Embora internacionalmente conhecido como o capitão que, com maestria, pousou o voo 1549 da US Airways no rio Hudson em 2009, salvando 155 vidas, sua carreira é muito mais abrangente, mesclando décadas de experiência como piloto comercial com um comprometimento inabalável com a diplomacia e a segurança aeronáutica global.

A Trajetória de um Herói: Da Cabine ao Cenário Diplomático

A vida de Chesley Sullenberger é um testemunho de dedicação e expertise. Após uma notável carreira de 30 anos como piloto comercial, grande parte dela na US Airways, Sullenberger se tornou um nome familiar globalmente em 15 de janeiro de 2009. Seu ato de pilotagem excepcional, ao lado do copiloto Jeffrey Skiles, transformou uma emergência potencialmente catastrófica em um "Milagre no Hudson", onde todas as 155 pessoas a bordo sobreviveram a um pouso de emergência na água após uma colisão com pássaros que desativou ambos os motores do Airbus A320. Este evento não apenas marcou sua carreira, mas também o impulsionou para um papel influente na defesa incansável da segurança da aviação, ajudando a moldar novos e aprimorados protocolos para as companhias aéreas em todo o mundo.Sua aposentadoria da US Airways em 3 de março de 2010 não significou o fim de sua contribuição para o setor. No ano seguinte, em maio de 2011, ele foi contratado pela CBS News como especialista em aviação e segurança, compartilhando sua vasta experiência com o público. Além disso, entre 2009 e 2013, Sully e seu copiloto, Jeffrey Skiles, atuaram como copresidentes do programa de introdução à aviação para jovens da Experimental Aircraft Association (EAA), inspirando a próxima geração de aviadores.Sullenberger também é autor de sucesso. Seu primeiro livro, "Highest Duty: My Search for What Really Matters" (publicado em 2009 pela HarperCollins), é uma autobiografia que detalha sua vida e os eventos que cercaram o icônico voo 1549. Em maio de 2012, ele lançou seu segundo livro, "Making a Difference: Stories of Vision and Courage from America's Leaders". O impacto de suas ações e sua subsequente influência foram reconhecidos quando a revista Time o classificou em segundo lugar na lista dos "100 Heróis e Ícones Mais Influentes de 2009", apenas atrás de Michelle Obama.Em um reconhecimento de sua profunda experiência e dedicação à segurança da aviação, o Presidente Joe Biden anunciou em 15 de junho de 2021 sua intenção de nomear Sullenberger como o Representante dos EUA na Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO), com o posto de embaixador. Confirmado por unanimidade no Senado em 2 de dezembro de 2021, ele assumiu oficialmente o cargo em fevereiro de 2022. Nesta posição, Sullenberger desempenha um papel crucial na formulação e implementação de padrões globais de segurança e eficiência na aviação, aproveitando sua experiência prática para fortalecer a segurança dos céus para todos.

O 'Milagre no Hudson': Detalhes do Voo US Airways 1549

A manhã de 15 de janeiro de 2009 começou como mais um dia de operações no movimentado Aeroporto LaGuardia, em Nova York. O voo 1549 da US Airways, um moderno Airbus A320, partia em direção a Charlotte, Carolina do Norte, com 150 passageiros e 5 tripulantes a bordo. Pouco após a decolagem, a apenas cerca de 850 metros de altitude e sobre o rio Hudson, o impensável aconteceu: a aeronave colidiu com um bando de gansos-do-canadá. Os pássaros foram sugados por ambos os motores, que falharam quase que simultaneamente, resultando em uma perda total de potência. Diante de uma situação de emergência gravíssima, com apenas alguns minutos para agir, o Capitão Sullenberger e o Primeiro Oficial Jeffrey Skiles demonstraram uma calma e perícia extraordinárias. A baixa altitude e a velocidade da aeronave impossibilitaram o retorno ao LaGuardia ou o desvio para o Aeroporto de Teterboro, em Nova Jersey. A única opção viável, e de altíssimo risco, era um pouso de emergência na água – uma manobra conhecida como "amerissagem" ou "ditching" – no rio Hudson.Com precisão milimétrica e sob intensa pressão, Sullenberger deslizou o avião desativado, transformando-o em um planador gigante, para uma amerissagem controlada nas águas geladas do rio Hudson, no centro de Manhattan. O impacto foi surpreendentemente suave, permitindo que a aeronave flutuasse. A resposta rápida das balsas, barcos-patrulha e outras embarcações que navegavam nas proximidades foi crucial para o resgate. Em questão de minutos, equipes de emergência e civis se mobilizaram, removendo todos os 155 ocupantes – passageiros e tripulantes – das asas e saídas de emergência do avião. Milagrosamente, não houve mortes e apenas alguns ferimentos graves, solidificando o evento como o "Milagre no Hudson".A Junta Nacional de Segurança nos Transportes (NTSB) conduziu uma investigação exaustiva sobre o incidente. As simulações de voo realizadas durante a investigação confirmaram que as decisões dos pilotos foram as mais adequadas, rejeitando a ideia de que um retorno a LaGuardia ou um desvio para Teterboro seriam possíveis ou mais seguros. De fato, um funcionário da NTSB descreveu o pouso como "o mais bem-sucedido na história da aviação".Em reconhecimento à sua "realização heroica e única na aviação", os pilotos e comissários de bordo foram agraciados com a prestigiada Medalha de Mestre da Guild of Air Pilots and Air Navigators. A história do voo 1549 foi levada às telas em 2016 com o aclamado filme "Sully", dirigido por Clint Eastwood e estrelado por Tom Hanks no papel de Sullenberger, que capturou a intensidade e o heroísmo do evento para uma audiência global.

Perguntas Frequentes (FAQs) sobre Chesley "Sully" Sullenberger e o Voo 1549

O que foi o Voo 1549 da US Airways?
O Voo 1549 da US Airways foi um voo comercial doméstico que, em 15 de janeiro de 2009, sofreu uma falha dupla de motor após colidir com um bando de pássaros logo após a decolagem do Aeroporto LaGuardia, em Nova York. O Capitão Chesley "Sully" Sullenberger realizou um pouso de emergência (amerissagem) bem-sucedido no rio Hudson.
O que causou a aterrissagem de emergência no rio Hudson?
A aterrissagem de emergência foi causada por uma colisão com um bando de gansos-do-canadá que resultou na falha simultânea de ambos os motores do Airbus A320. Sem potência suficiente para alcançar qualquer aeroporto próximo, a tripulação não teve outra opção segura senão o rio Hudson.
Todas as pessoas a bordo sobreviveram ao incidente?
Sim, todas as 155 pessoas a bordo – 150 passageiros e 5 tripulantes – sobreviveram ao "Milagre no Hudson". Houve apenas alguns ferimentos leves e graves, um testemunho notável da perícia da tripulação e da eficiência dos resgates.
Qual é o papel atual de Chesley "Sully" Sullenberger?
Desde fevereiro de 2022, Chesley "Sully" Sullenberger atua como o Representante dos EUA na Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO), com o posto de embaixador. Ele continua a defender a segurança da aviação em escala global.
O "Milagre no Hudson" foi investigado?
Sim, o incidente foi exaustivamente investigado pela Junta Nacional de Segurança nos Transportes (NTSB) dos EUA. A investigação concluiu que a decisão de Sullenberger de pousar no rio Hudson foi a mais correta e que qualquer tentativa de retornar a um aeroporto próximo teria sido mais arriscada e provavelmente fatal.